A colheita de maçã no Paraná está iniciando esta semana com a vantagem de chegar mais cedo no mercado do que a produção de Santa Catarina. A expectativa dos produtores é que este ano os preços sejam melhores em relação aos praticados na safra passada. O mercado deve se comportar de forma mais favorável ao produtor em função de que se este ano a produção será menor, apesar da qualidade da fruta ser maior.
No estado, a produção de maçã deve ficar entre 10% e 25% menor em relação à safra passada, quando foram colhidas cerca de 27 mil toneladas da fruta, informa o presidente da Associação dos Produtores de Frutas do Paraná (Frutipar), Gilberto Boutin. A previsão é de queda de 25% para a variedade Gala, e de 15% a 20% no caso da variedade Fuji.
De acordo com Boutin, a redução na produção de frutas é geral. Na safra passada foram colhidas 950 mil toneladas de maçã nos estados produtores e este ano, a produção não deverá superar 650 mil toneladas, uma redução de 300 mil toneladas. Em Palmas, maior município produtor do Paraná, a produção este ano deve chegar a 15 mil toneladas de maçã, o que representa uma redução de 20% em relação à produção do ano passado, quando foram produzidas 18 mil toneladas de maçã no município.
A queda de produção foi provocada pelo excesso de chuvas no período da florada, que abortou as flores. Com número menor, aumentou o calibre (tamanho) da fruta, explica o produtor Ivanir Raudi, de Palmas. A expectativa é que a comercialização compense a queda de produção, disse o produtor. Ele acredita que no início da colheita, o produtor deve receber uma média de R$ 0,70 o quilo, o que é um preço considerado ótimo. No ano passado, a comercialização iniciou com um preço médio de R$ 0,50 o quilo.
Com o melhor desempenho na comercialização, os produtores já começaram a investir em plantios de novas variedades de maçã, diz o produtor Ivanir Dalanhol e presidente da Associação dos Fruticultores de Palmas (Afrupal). Ele informou que os produtores estão plantando variedades já existentes como a Royal Gala e Gala Imperial, que produzem frutas de coloração mais avermelhada e com estrias, que atendem mais às exigências dos consumidores. "As variedades tradicionais de Gala e Fugi já não estão sendo aceitas", admite o produtor.
Além do investimento em novas variedades, o presidente da Afrupal destaca que os produtores devem investir em tecnologia de produção para elevar o rendimento dos pomares. Na região de Palmas, a produtividade média é de 50 toneladas por hectare. Enquanto isso, a produtividade média no Paraná cai para 20 a 25 toneladas por hectare.