A redução na produção de café da safra 2000/2001, que foi prejudicada pelas geadas, será maior do que o esperado. Um relatório do Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Deral) divulgado ontem aponta que a quebra de produção do ano que vem será de 85% e não 75% como vinha sendo previsto anteriormente. A previsão anterior indicava uma colheita de 725 mil sacas de café beneficiadas. Com a reavaliação deverão ser colhidas apenas 435 mil sacas de café beneficiadas.
A previsão anterior foi feita logo após as geadas e foi um levantamento subjetivo. Mas no mês passado a pesquisa ganhou consistência com a visita dos técnicos às propriedades e reuniões com técnicos da cafeicultura de outros setores, explicou a engenheira agrônoma Margorete Demarchi. Os resultados da pesquisa serão discutidos hoje durante o Seminário do Café, que acontece em Londrina. Cerca de 500 pessoas entre produtores, industriais, pesquisadores e técnicos do setor vão discutir a realidade da cafeicultura do Paraná pós-geadas.
O Deral informa que deixarão de ser colhidas 2,44 milhões de sacas de café, que correspondem a um prejuízo de R$ 280 milhões, cerca de R$ 30 milhões a mais em relação às perdas previstas no levantamento anterior. Municípios da região Oeste do Estado, como Cascavel e Toledo, onde a cafeicultura não era muito representativa, simplesmente não haverá produção nenhuma no ano que vem, diz a técnica.
A pesquisa informa ainda que dos 164 mil hectares de café cultivados no Estado, 148 mil hectares deveriam entrar em produção no ano que vem. Com as geadas apenas 55 mil hectares, que correspondem a 37% da área prevista entrará em produção. Do total cultivado, Margorete diz que 11% da área terá que ser totalmente erradicada. Essa área corresponde a plantas velhas e áreas novas que foram totalmente perdidas com as geadas. Em outros 37% da área, as plantas serão recepadas (podas drásticas rentes ao chão). Em 26% da área, as plantas sofrerão podas leves (decote ou esqueletamento) e 26% serão conduzidas normalmente.
Até o dia 20 de dezembro, o Deral deverá divulgar uma pesquisa objetiva que está sendo feita juntamente com a Embrapa, que leva em conta um levantamento mais científico com visitas às propriedades e entrevistas com os produtores. Essa pesquisa vai traçar um diagnóstico mais avançado a respeito da cafeicultura do Paraná, informa Margorete.