O Programa Nacional de Qualidade do Leite (PNQL) será aprovado até meados de agosto, segundo prevê o Ministério da Agricultura, que está fazendo os últimos ajustes no documento. Com o PNQL, que entra em vigor até junho de 2002, todo o leite produzido nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste deverá ser resfriado na propriedade rural e transportado a granel. Para os produtores das regiões Norte e Nordeste, o prazo previsto é julho de 2004.
O não cumprimento das determinações poderá ocasionar a proibição da comercialização do produto junto às cooperativas e indústrias. Além disso, para que a qualidade seja assegurada, os laticínios deverão realizar análises quinzenais e mensais, que determinarão a quantidade de elementos nocivos à produção de leite. Testes rigorosos como o de contagem de bactérias e de células somáticas, que detectam doenças como a mastite também deverão ser realizados.
"Acho que o programa representa um grande salto de qualidade para o produto nacional, dando melhores condições de competição com o mercado e benefícios ao consumidor. Não podemos nunca esquecer que a qualidade do produto está exclusivamente vinculada à sua origem", disse o engenheiro agrônomo do Deral, Francisco Perez. Segundo Perez, no último censo realizado pelo Istituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), concluído em 1996, apenas 20% do universo de 1,8 milhão de produtores entrevistados no País fazem ordenha mecânica.
Crédito
Como forma de auxiliar a mecanização da pecuária de leite e, consequentemente melhorar a qualidade do produto, o governo federal lançou no final do ano passado a linha de crédito Proleite (Programa de Incentivo à Mecanização do Resfriamento e ao Transporte Granelizado) para o financiamento de equipamentos como ordenhadeiras e resfriadores. A taxa de juros é de 8,75% ao ano, com pagamento da primeira parcela em até um ano e prazo de 36 meses para quitar o financiamento.
Cada produtor tem limite mínimo de R$ 3 mil e máximo de R$ 40 mil – a linha de crédito garante o financiamento de 90% do valor do equipamento, que deve ser adquirido com empresas que tenham convênio com o programa. Na Bosio Ordenhadeiras, um equipamento com duas unidades de ordenha para até 40 vacas custa R$ 4,5 mil e um resfriador com capacidade máxima de 1,5 mil litros está na faixa de R$ 9 mil.
No Paraná, o convênio do programa Paraná Pecuária, junto ao governo federal, assegurou a verba de R$ 15 milhões destinados ao programa, mas o índice de procura ainda é pequeno. Segundo a Superintendência do Banco do Brasil, de janeiro a abril deste ano foram realizadas 110 operações em todo Estado, um volume total de R$ 521 mil.
Os produtores interessados no financiamento devem realizá-lo até o dia 30 de junho. A partir dessa data, o programa é interropido para passar por um balanço em todo território nacional, mas há possibilidade de retornar no segundo semestre.