O secretário de Agricultura de Londrina Nilson Ladeia identifica uma nova realidade nas áreas próximas à zona urbana da cidade. Segundo ele, é crescente o número de profissionais liberais que compram pequenas propriedades para serem utilizadas como área de lazer e até mesmo para complementar renda. ‘Geralmente são pessoas que possuem raízes na atividade rural, mas não dependem da agricultura para sobreviver’, explicou.
Ele considera essa conjuntura benéfica para a população rural, que tem nessas chácaras e sítios uma alternativa de emprego. ‘Também cria oportunidades para famílias voltarem ao campo para trabalhar como caseiros’, disse.
A experiência da família do médico Luis Celso Patrial e de sua esposa Míriam Weffort Patrial retrata bem essa nova realidade. Tipicamente urbanos, eles se mudaram para uma propriedade de cinco alqueires no distrito de Espírito Santo (zona sul) há seis meses. ‘Nós sonhávamos em morar num local com muito verde. Além disso, terminei a faculdade de turismo e hotelaria e planejo investir na área de turismo rural’, contou Míriam.
Na propriedade, eles plantam feijão e milho sem agrotóxicos, cultivam uma horta orgânica e criam algumas vacas leiteiras e galinhas caipiras. ‘Há cinco meses não compramos ovos’, comemora. Por enquanto, a produção é apenas para consumo próprio, mas a família já planeja comercializar o excedente.
Outro atrativo da propriedade é uma mata nativa. ‘Estamos fazendo um corredor ecológico com quatro mil árvores nativas até a mata do vizinho. O objetivo é facilitar o trânsito dos animais’, contou, lembrando que a iniciativa fará parte do projeto de turismo rural que pretende desenvolver.
Inexperientes com relação ao trabalho na lavoura, Míriam e o marido contrataram a família de um caseiro para ajudar na lida. Sobre a vida no campo, ela garante que está sendo muito gratificante. ‘Para mim que não conhecia o processo produtivo, é uma emoção a cada vez que colho verduras em nossa horta’, revelou. ‘Essa nova experiência tem sido muito prazeiroza’.
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