Os produtores de cachaça artesanal do Paraná pretendem criar em breve a associação da categoria. Uma comissão provisória foi criada durante encerramento do 1º Encontro Estadual de Produtores de Cachaça Artesanal, que terminou nesta terça-feira em Curitiba.
A comissão provisória foi dividida em seis regionais, que vão discutir uma proposta única de estatuto, a ser levada à Assembléia Legislativa para criação da entidade de classe. Os produtores consideram fundamental a organização do setor para o crescimento da atividade.
O encontro dos produtores de cachaça reuniu durante dois dias 150 representantes do setor de todo o Paraná. O grande número de participantes surpreendeu os palestrantes que vieram de outros Estados. "Foi muito estimulantes encontrar tantos produtores", disse a gerente nacional do Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Cachaça, Maria José Miranda.
O programa de desenvolvimento da cachaça foi criado em 1997 pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), com o objetivo de valorizar a imagem da cachaça como produto genuinamente nacional, além de capacitar o setor para competir no mercado internacional.
"O próprio presidente da República se engajou a campanha e assinou decreto estabelecendo a cachaça como bebida oficial, para ser oferecida em grandes eventos", acrescentou Maria José. Segundo dados da Abrabe, a cachaça é a primeira bebida destilada mais consumida no Brasil e a terceira no ranking mundial.
No ano passado, a produção da bebida foi de 1,3 bilhão de litros e representou um faturamento de US$ 600 milhões. Com 30 mil produtores em todo o país, o setor é responsável direta e indiretamente pelo emprego de 400 mil pessoas. Do volume produzido de cachaça, cerca de 11,1 milhão de litros foram exportados. Atualmente, 119 produtores estão vendendo para os Estados Unidos e Europa.
Para entrar no mercado consumidor, onde há tantas marcas concorrentes, o produtor de cachaça artesanal precisa se capacitar, melhorando sua produção, os métodos utilizados e o visual de seu produto. O alerta foi dado pelo coordenador estadual do programa Fábrica do Agricultor, Luiz Damaso Gusi.
Gusi apresentou aos produtores de cachaça artesanal os benefícios que o programa oferece aos empreendedores das 1.255 fábricas implantadas no Estado. Estas fábricas geram 6.300 empregos e R$ 120 milhões/ano. Segundo ele, o programa fornece o apoio necessário para fortalecer a atividade do produtor, para que ele possa agregar valor à sua produção.