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Agronegócio

Preço da terra volta a subir

Vânia Casado - Folha de Londrina
14 out 2002 às 15:31

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O valor da terra disparou nas últimas semanas. Investir em terra roxa no Paraná foi um dos melhores negócios este ano. O preço da terra, atrelado ao valor da soja e do câmbio, disparou. Nas áreas mais cobiçadas, como terra roxa e área plana mecanizável, a moeda de troca é a soja, que por sua vez é indexada ao dólar. ''Por isso o preço varia de acordo com a cotação do dólar'', justificou o corretor Iracy Lucio Mochi, da Imobiliária Paiaguás, de Maringá.

Na região de Maringá, a terra roxa mecanizável está cotada entre mil e 1,2 mil sacas de soja por alqueire, que corresponde hoje entre R$ 40 mil e R$ 48 mil o alqueire, considerando o preço do produto pago ao produtor. Apesar da valorização do preço da terra, há mais pessoas interessadas em comprar do que vender. Não estão sendo fechados negócios com área rural indicada para o plantio de soja, disse Iracy.

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A valorização está chegando até as áreas menores, mesmo as que não se prestam para cultivo de grãos, como sítios de cultivos significados, chácaras de hortaliças e outras.

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Na região Oeste do Estado, em áreas de terra roxa e também indicadas para o plantio de soja, a situação de mercado é semelhante. De acordo com Valdemar da Silva Melato, secretário-executivo do Sindicato Rural de Assis Chateaubriand, o valor da terra está oscilando entre mil a 1,3 mil sacas de soja. Mas como na região Norte, também não há negócios. ''Aqui o vizinho está sempre de olho na terra do outro. Se abrir a boca para vender, o negócio é fechado na hora'', disse.

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Segundo Melato, na região de Umuarama onde predomina o solo arenoso a situação também é de valorização das terras. Segundo Melato, está havendo bastante procura por parte dos sojicultores para comprar as terras no Arenito, em decorrência do uso de tecnologia que permite o plantio de soja em áreas que eram ocupadas por pastagens. Há cinco anos atrás, com a venda de um alqueire de terra em Assis Chateaubriand, se comprava entre três a quatro alqueires de terra nos municípios de Brasilândia e Alto Piqueri, próximo a Umuarama. ''Hoje não se compra dois alqueires de terra'', comparou.


Conforme levantamento do Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Deral), a terra roxa em áreas mecanizáveis teve uma valorização de 18% este ano. A terra mista mecanizável teve valorização média de 23%, a terra arenosa mecanizável teve valorização de 28% e a terra roxa ''quebrada'' teve valorização de 21%.

Para a engenheira agrônoma do Deral, Vera Zardo, nesta época de início de plantio os produtores não costumam fechar negócios para compra e venda de terra. Nos últimos meses, que antecederam o plantio foram fechados muitos negócios de arrendamento, que rende em média ao proprietário da terra 22% sobre o valor da produção.


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