O sumiço de abelhas nos Estados Unidos e na Alemanha está ampliando o potencial de exportação de mel do Brasil. Com o cenário externo favorável, os Estados produtores devem se preparar para participar desse mercado, a partir da organização da produção, dos produtores e da sanidade dos apiários.
Esse tema será avaliado durante o III Encontro Estadual de Apicultura, que será realizado nesta sexta-feira (29) no auditório da Emater-PR, em Curitiba. Participarão do encontro lideranças de entidades apícolas, que vão debater a situação da apicultura paranaense e a organização dos apicultores.
Entre os objetivos do encontro está a inclusão da agricultura familiar na produção de mel, como atividade geradora de renda, preservação do meio ambiente e de inclusão social no meio rural.
No encontro, pela manhã, o médico-veterinário Edegar Krüger fará uma palestra sobre o Plano Nacional de Sanidade Apícola, e o engenheiro agrônomo Paulo Sommer vai abordar o histórico e atualidades da apicultura brasileira
À tarde, haverá uma plenária estadual de lideranças e entidades apícolas que vão discutir a reestruturação da Federação Paranaense de Apicultores. Também haverá exposição de equipamentos e utensílios apícolas e vendas de produtos como mel, própolis, geléia real e pólen. O mel estará em oferta por R$ 8,00 o quilo.
Produção e exportação - Nos últimos três anos, o Paraná perdeu posição na produção de mel para o Piauí. Em 2004, era o segundo produtor de mel, com uma produção de 4.348 toneladas, seguido do Piauí, com uma produção de 3.894 toneladas. Na safra 2005, em diante, a situação mudou e o estado do Piauí passou a ser o segundo produtor, com uma produção de 4.497 toneladas e o Paraná, com 4.462 toneladas. O estado do Rio Grande do Sul é o maior produtor com 7.427 toneladas de mel.
O Paraná perdeu espaço também nas exportações de mel, tendo exportado 898 toneladas de mel em 2006, quando em 2003 chegou a exportar o dobro, cerca de 1,9 mil toneladas. Enquanto o Paraná perdeu posição, o Brasil passou de 7º para o 4º maior exportador de mel para os Estados Unidos, ultrapassando concorrentes como o Vietnam, a Índia e a China.
No Paraná persistem problemas que se não forem resolvidos colocam em risco o cenário otimista, de retomada das chuvas e a normalização do clima que favorece o crescimento da produção. Entre eles, está a ausência de uma organização estadual de apicultores, a desorganização da produção e da comercialização, que abre espaço para proliferação do comércio de produtos apícolas falsificados e fraldados e a falta de política de desenvolvimento da cadeia produtiva, que organiza e potencializa ações positivas para o setor.