Rondon do Pará - A Polícia Federal começará a agir no estado do Pará para diminuir a violência e os assassinatos nos conflitos de terra, podendo inclusive usar o serviço de inteligência para investigar os casos. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (2) pelo ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, durante audiência pública que debateu com sindicalistas, trabalhadores e produtores rurais a reforma agrária no Pará.
O encontro foi realizado no município de Rondon do Pará, considerado um dos mais violentos do país nas questões agrárias. "Há conflitos sérios aqui entre posseiros, proprietários de terra, produtores rurais e sem-terra", afirmou o chefe da Divisão de Assuntos Sociais e Políticos da Polícia Federal, delegado Valdir Caetano.
A PF vai agir em casos de ameaças, lesões corporais ou assassinatos. "Um assassinato não solucionado não é atribuição da PF, mas se a polícia estadual solicitar ajuda, podemos entrar com equipamento, pessoal ou investigação", explicou o delegado.
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"Não queremos mais mortes sem leis, não podemos admitir impunidade", disse o ministro dos Direitos Humanos. "A PF vai cooperar também no cumprimento dos mandados de prisão. Temos informações de que há mandados que não foram cumpridos pela necessidade do estado de comunicação e localização".
Valdir Caetano lembrou que se houver violência de um lado, a PF vai tomar as medidas. "Não interessa que lado seja. Se houver determinação, por exemplo, de reintegração de posse de uma fazenda será negociado com os sem-terra que estiverem ali para convencê-los a sair pacificamente. Se isso não prevalecer, iremos usar a força necessária", ressaltou.