Na região sudoeste do Paraná, onde a presidenta Dilma Rousseff lança nesta terça-feira (12) o Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012, estão concentrados 89% dos estabelecimentos agropecuários existentes no estado. De acordo com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), 81,63% dos 371.051 estabelecimentos agropecuários paranaenses se enquadram na categoria de agricultura familiar.
O plano disponibilizará para a safra 2011/2012 uma linha de crédito de até R$ 16 bilhões pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A expectativa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná (Fetaep) é que o estado fique com pelo menos R$ 2,4 bilhões do total anunciado.
"Esse valor deverá ser suficiente para atender 170 mil famílias paranaenses. A quantidade máxima de famílias beneficiadas no Paraná até agora foi 150 mil", disse à Agência Brasil o presidente da Fetaep, Ademir Mueller.
Para o secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o plano traz mudanças importantes, como a simplificação das operações de crédito rural para a safra que começou este mês, com redução dos juros de 4,5% para 2% nos financiamentos para investimento, sendo que nas operações até o valor de R$ 10 mil a taxa de juros cai para 1%.
O secretário destacou também a ampliação do limite de financiamento, para a agricultura familiar, para até R$ 130 mil, a elevação do limite de financiamento do Pronaf B de R$ 2 mil para R$ 2,5 mil, a ampliação da cobertura de renda do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) de R$ 3,5 mil para R$ 4 mil, o aporte de R$ 127 milhões para Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) e a criação de uma ação específica do Programa de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) para a agricultura familiar.
O plano também prevê a criação de uma superintendência da Caixa Econômica Federal para avaliar e acompanhar projetos de habitação rural e investimentos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
"Esses programas vão manter um vínculo forte de compras da agricultura familiar principalmente dos mais pobres, fortalecendo a geração de renda para esses agricultores", disse Norberto Ortigara.