O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária deverá atingir R$ 127,95 bilhões em 2003, um crescimento considerado modesto (1,72%) na comparação com os R$ 125,79 bilhões registrados no ano passado.
A projeção é do Departamento Econômico (Decon) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base na variação dos indicadores do setor nos dois primeiros meses do ano.
A queda de renda da pecuária em 1,24% no primeiro bimestre deste ano reduz as perspectivas de crescimento de todo o setor rural para 2003.
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Os pecuaristas enfrentaram entre janeiro e fevereiro o impacto da alta dos insumos (produtos veterinários, farelos de soja e de milho, utilizados na alimentação animal) e queda de preços recebidos da indústria. Só em fevereiro, a queda de renda da pecuária foi de 1,47%, anulando o leve resultado positivo de janeiro.
Com isso, o PIB do sub-setor da pecuária deve fechar 2003 em R$ 52,41 bilhões (contra R$ 53,07 bilhões em 2002). Como a pecuária representa 41% da renda primária do setor rural, o desempenho negativo do segmento reduz as estimativas de crescimento do PIB de toda a agropecuária para 2003, apesar dos resultados bastante satisfatórios da agricultura no período nesta safra.
Isoladamente, a agricultura apresentou elevação de renda de 3,90% no primeiro bimestre do ano, principalmente porque estão sendo praticados melhores preços no mercado internacional de grãos.
Para todo o ano, há projeção de que o PIB da agricultura chegue a R$ 75,55 bilhões, contra R$ 72,72 bilhões de 2002. No balanço geral, o agronegócio deverá atingir PIB de R$ 430,48 bilhões, frente R$ 424,32 bilhões, no ano passado.
O crescimento, porém, depende da concretização de um cenário positivo para o setor, com a manutenção de bons preços internacionais e efetivo crescimento da safra.
Entre janeiro e abril, o agronegócio brasileiro acumulou um saldo positivo de US$ 6,62 bilhões na balança comercial; o que representa crescimento de 40,8% na comparação com o superávit do setor registrado em igual período do ano passado (US$ 4,70 bilhões).
As exportações totais do setor chegaram a US$ 8,18 bilhões (contra US$ 6,23 bilhões, no primeiro quadrimestre do ano passado), e as importações somaram US$ 1,55 bilhão (frente US$ 1,53 bilhão, em 2002).
Os bons resultados da balança comercial agropecuária devem-se ao complexo soja. De janeiro a abril, as exportações do segmento atingiram US$ 1,82 bilhão, em crescimento de 87,9% na comparação com os US$ 937,7 milhões registrados em igual período do ano passado. Também houve elevação dos preços internacionais, de US$ 170,5 por tonelada, no primeiro quadrimestre de 2002; para US$ 205,6 por tonelada, este ano.