Rural

Paranaguá embarca carga de farelo não-transgênico

19 jul 2001 às 09:49

O Porto de Paranaguá está realizando nesta semana o primeiro embarque de um contrato de exportação de 550 mil toneladas de farelo de soja certificado como não-transgênico. A mercadoria tem como destino a França, que assim como os demais países europeus, quer garantias de que os produtos adquiridos não sejam geneticamente modificados - ou que tenham sido contaminados durante a estocagem.

A operação está sendo realizada pelo terminal privado da Sociedade Cerealista Exportadora de Produtos Paranaenses (Socepar), presente no Porto de Paranaguá há 23 anos e que para garantir o contrato teve de tomar providências especiais com relação às suas estruturas de armazenagem e transporte de mercadorias. Os embarques já estão ocorrendo e devem se prolongar até o início de 2002.


Para o diretor técnico do Porto de Paranaguá, Luiz Ivan Vasconcellos, o embarque de produto certificado representa mais um avanço nas condições de estrutura do terminal paranaense, adequando-o à nova exigência de importadores de todo o mundo. "Há uma demanda por produtos com 'grife', por mercadorias certificadas, e o porto paranaense já se prepara para atender essa clientela", afirma Vasconcellos.


Ele explica que todas as delegações internacionais que visitam o porto estão procurando identificar terminais que fazem segregação (operação isolada) de produtos com certificados de origem. "Os embarques com certificação vieram para ficar e os agentes de mercado têm de se acostumar que o controle vai se expandir por toda a cadeia produtiva, desde o início até o fim", afirma o diretor.


O diretor do porto vê com satisfação essa nova tendência. "Isso é bom porque, dessa forma, os produtos brasileiros, e os paranaenses especificamente, ganham a confiança dos importadores da Comunidade Econômica Européia."


O diretor comercial da Socepar, Roberto Correa, explica que para garantir o contrato das 550 mil toneladas de farelo para a França o terminal teve que reformular toda a logística dos armazéns e das operações de embarque. A Socepar reservou um dos seus silos, com capacidade para 40 mil toneladas, apenas para receber o farelo desse contrato.


"Fizemos uma completa higienização do armazém e do sistema de transporte, que são as correias que conduzem o produto até o navio", explica. Além disso, todos os equipamentos devem ser totalmente limpos a cada operação de embarque. Todo esse trabalho de preparação do terminal foi avaliado pela empresa SGS do Brasil, que tem sede na Suíça, controladora de produtos, com reconhecimento internacional, responsável pela certificação do farelo de soja que está sendo embarcado.

Segundo Roberto Correa, a empresa certificadora controla todo o andamento do embarque, desde o carregamento na indústria até a colocação do produto no navio, para certificar que os lotes não tiveram contato com nenhum produto transgênico.


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