O Paraná está começando a colher o maior volume de milho safrinha já produzido no Estado desde a década de 70, quando se iniciou o plantio do grão na segunda safra. Dados da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento apontam que deverão ser colhidos 10,3 milhões de toneladas de milho, o que corresponde a um aumento de 62% sobre o volume de produção do mesmo período do ano passado.
Com o desempenho da segunda safra de milho, o Departamento de Economia Rural (Deral) da secretaria estima que mais da metade da produção de grãos da safra 2011/12, que está em fase final, será de milho. A pesquisa de campo referente ao mês de junho, divulgada nesta sexta-feira (29), projeta uma safra de 31,5 milhões de toneladas de grãos, próxima à produção do ano passado, que atingiu 31,9 milhões de toneladas.
O secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, diz que o desempenho da safra paranaense foi bom, apesar da ocorrência de seca, seguida de geadas e chuvas. "Felizmente essas ocorrências foram regionalizadas e não provocaram impactos fortes na produção de milho da segunda safra e no trigo, principais produtos cultivados durante o inverno no Paraná".
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O secretário lembrou que as perdas ocorridas com a soja foram compensadas pelo aumento na produção do milho safrinha. Para os produtores também está havendo uma compensação com o aumento nas cotações dos produtos. Ele chamou a atenção para o bom desempenho nos preços da soja, que subiram 45,2% este ano. Ortigara disse que o clima foi mais prejudicial para o feijão da segunda safra, que provoca sérios impactos de aumentos de preços aos consumidores.
Do total previsto para a safra de grãos no Paraná, cerca de 53,3%, que correspondem a um volume de 16,8 milhões de toneladas, serão de milho, informou o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni. A pesquisa mensal reavaliou a expectativa de safra do milho safrinha e constatou aumento na produtividade do grão, mesmo com ocorrências localizadas de frio e excesso de chuvas. A produtividade que estava estimada em 5.070 quilos por hectare evoluiu para 5.092 quilos, um aumento de 31% em relação ao ano passado.
A maior parte da área plantada, com cerca de dois milhões de hectares plantados com milho na segunda safra, está com a produção garantida apesar da ocorrência de geadas leves em regiões localizadas nos meses de maio e junho. Porém, a produção em outras regiões compensou e aumentou a produtividade. Ainda assim, metade da área plantada está em fase final de frutificação, podendo ainda sofrer algum tipo de impacto caso ocorram geadas ou eventos climáticos adversos, lembrou Simioni.
Segundo ele, apesar da boa produção, o agricultor está enfrentando pressão com a tendência de queda nos preços do milho. O aumento na oferta do grão no Paraná e nos estados produtores do Centro Oeste já provocou a queda de 11% nos preços que caíram de R$ 22,50 a saca no início do ano (janeiro) para R$ 19,96 a saca, atualmente.
Porém a expectativa é boa e o mercado está sinalizando para a possibilidade de exportação da ordem de 10 milhões a 12 milhões de toneladas de milho tendo como um dos principais destinos a China. E o Paraná certamente tem excedentes para contribuir com esse volume, lembrou Simioni. Também há expectativas de aumento das vendas de milho para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, que sofreram com a estiagem no início do ano e que precisam do grão para suprir as necessidades das fábricas de rações.