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País recebe proposta francesa para commodities agrícolas

Agência Estado
14 jun 2011 às 14:29

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A França enviou ontem ao Brasil suas propostas de discussão sobre a "financeirização" das commodities agrícolas para serem discutidas no âmbito do G-20 na próxima semana, em Paris, conforme o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Para ele, a proposta é razoável e está sendo analisada pelos técnicos da pasta, mas não trata dos subsídios concedidos aos agricultores europeus, que tanto incomodam o setor rural brasileiro. "Queremos condições de livre competição", afirmou Rossi.

"O Brasil não vai à casa das pessoas para ofendê-las, mas vai lembrar dos subsídios que, na Europa, são como o homem invisível: ninguém vê", continuou o ministro, acrescentando que o País não prevê levar uma proposta ao grupo. Entre as sugestões enviadas pelos franceses está a formação de um estoque alimentar que poderá ser usado em caráter emergencial em países do terceiro mundo durante crises. "Neste ponto concordamos e já adianto que vamos participar", disse Rossi durante entrevista coletiva.

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O ministro relatou, ainda, que a França defende uma maior disponibilização das informações agrícolas por parte de todos os países produtores. Rossi disse que a transparência dos dados é importante para antecipar situações adversas e que, se todos colaborarem, será possível fazer um sistema mundial de alerta contra problemas de segurança alimentar. Ele ressaltou que os dados do Brasil já estão disponíveis e são atualizados constantemente.

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O ponto mais polêmico da proposta francesa é promover uma maior interferência dos governos no mercado de commodities, para diminuir a volatilidade dos preços agrícolas. Quando foi sugerida, essa ideia recebeu duras críticas de vários setores produtivos. Mas os franceses disseram, na ocasião, que a proposta foi mal interpretada. O que eles querem, segundo Rossi, é um maior controle de instrumentos financeiros aplicados na comercialização de produtos agrícolas no mercado, especialmente de hedge e contratos a termo.

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A análise que se tem é de que esses contratos são sempre feitos com preços maiores para o futuro, o que ajuda a aumentar os preços atuais e intensificar a especulação. "Pela avaliação, esse é um elemento que pode conturbar mercados e tem efeito especulativo. O que temos de discutir no G-20 é se temos capacidade de agir em relação a esses mercados", considerou Rossi.


Ele lembrou que durante os últimos 30 anos o preço dos alimentos apresentou trajetória de queda e ninguém propôs reunião para discutir o assunto. "Agora que temos capacidade produtiva e tecnológica, não é justo discutir controle de preços agrícolas, até porque vivemos em um mundo de mercado", afirmou.

Para Rossi, o controle dos preços pode "matar" a agricultura e a única forma de solucionar o problema da volatilidade é aumentando a oferta de produtos. O ministro reforçou que o Brasil deseja condições de livre concorrência, pois o produtor brasileiro ganha nove a cada dez competições, oferecendo produto de alta qualidade, agricultura eficiente e preço razoável.


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