As mulheres conquistaram espaço em diversos setores da economia. Já no agronegócio, as vagas sempre foram para os homens, sejam na fazenda ou mesmo nas diretorias das entidades de classe.
Mas esse quadro vem mudando. Prova disso é a nova diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional de MS (SENAR-AR/MS) empossada em agosto.
Pela primeira vez, nos doze anos de existência do SENAR-AR/MS, a superintendente é uma mulher, Tereza Cristina Correa da Costa Dias. Já na FAMASUL, com 18 membros na diretoria, uma, Maria Lizete Brito, assume a diretoria financeira. Entre os conselheiros do SENAR, a produtora Maria Inês Garcia Bunning também assumiu vaga de destaque na entidade.
"Trabalhei vários anos na fazenda; o machismo não me incomoda", destaca a engenheira-agrônoma e superintendente do SENAR-AR/MS, Tereza Cristina. "Eu respeito quem é inteligente e desprezo quem possui esse tipo de machismo", completa.
Para a nova superintendente, cargo é de muita responsabilidade e um grande desafio, pois trata de um trabalho na área educacional o que exige muito esforço e cooperação de todas as partes. "O trabalho de levar as novas tendências mundiais, como controle sanitário e segurança alimentar, para o homem do campo não é fácil, pois essas idéias são novas. Explicar para um trabalhador rural que tudo aquilo que ele aprendeu desde criança hoje está fora dos padrões pode soar como uma ofensa", desabafa.
Para Maria Inês Bunning, que é conselheira do SENAR-AR/MS e coordenadora regional na América Latina da Federação das Associações das Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil (BPW), os assuntos relacionados com o meio rural não eram coisas de mulher. "A mulher só ficava em uma roda de agronegócios se o marido tivesse morrido ou se tivesse recebido uma fazenda como herança", enumera. (Com informações do Portal do Agronegócio)