Os consumidores de milho não se comprometeram no acordo com o setor produtivo. O acordo, negociado na semana passada, previa que as agroindústrias do Paraná deveriam pagar R$ 10 a saca de milho para os produtores a partir de fevereiro de 2002. Hoje, somente os representantes das indústrias avícola, de suínos, carnes e leite se reúnem na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em Curitiba, para decidir se aceitam ou não o acordo proposto pelos integrantes da cadeia produtiva.
De um lado, os produtores de milho querem garantia de preço para plantar o grão nesta safra. Conforme previsão de plantio do Deral, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, a expectativa é que haja uma redução de até 17% na área plantada porque os produtores vão preferir plantar a soja, cujo preço é mais remunerador.
De outro lado, está a agroindústria consumidora do grão, que tem receio em se comprometer com preços pré-fixados. Antes da decisão, os representantes da agroindústria querem saber qual será a participação do governo federal nesse acordo. Para isso, convidaram técnicos do Banco do Brasil que darão uma explicação sobre o funcionamento dos contratos de opção para compra e venda de milho.
O presidente do Sindicato da Indústria da Carne (Sindicarne), Péricles Salazar, admite que a indústria está revendo os valores do acordo. ‘Eles só poderão ser aceitos após essa explicação’, afirmou. Os representantes da indústria ainda não assinaram o protocolo que a Secretaria da Agricultura quer encaminhar ao governo federal, com propostas de incentivos ao plantio de milho.