Estoques mundiais baixos, consumo aquecido interna e externamente e câmbio favorável. Estes três fatores combinados provocarão pequeno aumento na área paranaense de trigo.
Segundo as primeiras estimativas do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o total cultivado subirá de 1,07 milhão de hectares na safra passada para 1,13 milhão neste ano. A expansão de cinco por cento não será maior por uma razão óbvia: as fronteiras agrícolas no Estado, em relação às culturas de inverno, estão praticamente esgotadas.
De acordo com o agrônomo Ottmar Hubner, responsável pela área de trigo no Deral, o preço de garantia anunciado nesta semana pelo Conselho Monetário Nacional – R$ 400,00 a tonelada – cobre os custos variáveis, fixados em R$ 356,00 a tonelada, e não os custos totais – R$ 526,00 na atualidade. De qualquer forma, representa reajuste de 40% em comparação ao preço anterior.
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Segundo Annibal Bianchini da Rocha, presidente do Sindicato Rural de Maringá, os triticultores que investem nesta cultura não estão de olho nos preços de garantia assegurados pelo governo. "Ninguém planta pensando no mínimo, mas nos preços praticados pelo mercado. O mínimo funciona apenas como mecanismo de defesa se as cotações desabarem," comenta.
A produtividade paranaense no trigo também anima: 2,2 toneladas por hectare.
Os técnicos não demonstram preocupação pelo fato de, até agora, não mais de um por cento do total de 1,13 milhão de hectares ter sido plantado no Paraná. Como a época para plantio recomendada pelo Instituto Agronômico do Paraná estende-se até final de julho, os produtores rurais não perdem o foco e aceleram no final da colheita de soja, esta sim altamente remuneradora.