As medidas do governo federal em relação ao leite em pó da Argentina vão contribuir para manter o crescimento do setor leiteiro no Brasil em 2005. A estimativa é da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira das Cooperativas de Laticínios (CBCL). A expectativa dos produtores é que o setor cresça entre 4% e 5%, em relação a 2004.
Na sexta-feira (18 de fevereiro), a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) publicou no Diário Oficial da União (DOU) resolução prorrogando por mais três anos os preços mínimos aplicados sobre as importações de leite em pó da Argentina. Essa medida, que neutraliza as importações desleais provenientes do país vizinho, teve início com a petição apresentada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), com apoio da OCB/CBCL e da Leite Brasil, em dezembro de 2003.
Como a Argentina é o principal exportador de leite em pó para o Brasil, o fato do produto não ser importado com dumping é uma garantia de defesa do mercado interno. Na avaliação das cooperativas, o próximo passo é o resultado da investigação para prorrogação dos preços mínimos sobre as importações de leite em pó do Uruguai, que deverá ser anunciada até o dia 4 de abril.
"O fato de conseguirmos a mesma decisão em relação ao Uruguai vai garantir que o mercado se mantenha em bases razoáveis", explica o diretor-executivo da CBCL, Paulo Bernardes. "Com essa decisão em relação à Argentina, o setor de leite brasileiro vai permanecer em um ambiente favorável, o que permite às cooperativas expandir seus negócios e fortalecer a balança comercial brasileira", completa o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Em 2004, pela primeira vez as exportações de leite e produtos derivados encerraram o ano com superávit na balança comercial de US$ 11,45 milhões. As vendas externas de produtos lácteos atingiram US$ 95,38 milhões, o que representou um crescimento de 96,6% em relação à 2003 - US$ 48,5 milhões. A estimativa é que cerca de 45% das exportações foram realizadas pelas cooperativas.
Fonte: MAXPRESS Net