O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na abertura da 2ª Conferência Mundial do Café, em Salvador, que os produtores precisam refletir se não devem comprar "uma boa briga" para garantir melhores preços e uma melhor divisão de ganhos na cadeia produtiva do café.
A cafeicultura passou uma de suas mais graves crises de 2000 a 2004, quando os preços do produto despencaram no mercado internacional, graças ao excesso de oferta e aos estoques elevados. Porém, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Agricultura, a recuperação da cotação do café no mercado mundial ainda não foi suficiente para recapitalizar o setor, que passou os últimos quatro anos com preços de venda abaixo do custo de produção.
Em primeiro lugar, Lula disse que é importante colocar valor agregado aos produtos e, em segundo, estabelecer acordos no elo da cadeia produtiva que possam permitir uma discussão mais justa sobre os ganhos de cada um sobre o valor do produto final. "Não é possível que países que não produzem um grão de café ganhem mais ou menos em café do que os países que produzem café. Isso só existe, porque de certa forma, nós ficamos passivos diante dessa situação", apontou.
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Lula aproveitou para dar um recado aos produtores: "Nós não podemos permitir que sejamos vítimas porque produzimos um pouco mais. É preciso que os países consumidores compreendam a necessidade de sentar em torno de uma mesa e estabelecer uma negociação em que o preço seja partilhado para que o que transforme esse café em mais dinheiro."
Segundo o Ministério da Agricultura, o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, além de ocupar o segundo lugar no mercado consumidor, motivos que levaram a Organização Internacional do Café a escolher o país para sediar o evento.