O baixo preço pago ao produtor de carne suína está desequilibrando a atividade no Paraná. Desde o final de janeiro, os custos de produção aumentaram, mas o excesso oferta da carne no mercado reduziu o preço do quilo somente aos suinocultores.
O reflexo da baixa, porém, ainda não beneficiou o consumidor. A situação para o produtor se complica porque enquanto o custo para se produzir um quilo da carne suína gira em torno de R$ 1,30 a R$ 1,35, os frigoríficos pagam entre R$ 1,05 e R$ 1,10.
Já os supermercados adquirem a carne por R$ 1,85 o quilo, mas o preço praticado na venda ao consumidor é quase o mesmo de quando o valor era de R$ 2,20. Na hora da compra, o quilo da costelinha é em média R$ 5,00 e o da bisteca a R$ 4,00.
''A situação é revoltante porque quando há aumento, o repasse é sempre feito de imediato ao consumidor, mas no recuo não existem reflexos positivos pois os supermercadistas não abrem mão da alta margem no lucro'', diz o médico veterinário Bruno Wernick que dá assistência direta aos suinocultores das regiões Norte e Noroeste do Estado.
Para o presidente na Região Noroeste da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Carlos Alberto Tavares Cardoso, a situação é mesmo incomum porque o mercado nunca teve tanta oferta de carne suína.