Rural

Londrina sedia concurso internacional de cafés

12 nov 2011 às 11:00

O Paraná vai sediar pela primeira vez a fase internacional do 12º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil, o Cup of Excellence 2011. Os julgamentos acontecem entre os dias 14 e 15 de novembro, na sede do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em Londrina. "Será uma semana de orgulho para nós, já que interessados em cafés especiais do mundo inteiro voltarão sua atenção para o Norte do Paraná", destaca o presidente do Iapar, Florindo Dalberto.

Os vencedores serão conhecidos e premiados no dia 18, durante uma cerimônia na Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Ficafé 2011), em Jacarezinho. O prêmio é a venda dos lotes campeões no exclusivo leilão Cup of Excellence, disputado, via internet, por torrefadoras e casas de café sediadas na América do Norte, Europa e Ásia.


A participação é aberta a todos os produtores brasileiros da variedade arábica. O certame é dividido em três etapas. Na primeira, as amostras inscritas são transformadas em número por uma empresa de auditoria e passam por uma pré-seleção para assegurar que cumprem padrões mínimos de qualidade.


No segundo estágio, os lotes classificados são provados sem identificação por um júri nacional. Essa etapa está acontecendo nesta semana, na sala de provas do Centro de Excelência do Café do Sul de Minas (CEC-Sul de Minas), em Machado (MG). Concorrem 123 lotes, que terão julgados os quesitos tipo, cor, aspecto, umidade, defeitos e principalmente qualidade de bebida. Os selecionados serão conhecidos neste sábado (12).


Por fim, os melhores cafés seguem para a avaliação – este ano realizada no Iapar, em Londrina – de uma comissão julgadora internacional de 21 provadores, sob coordenação do renomado juiz Eduardo Ambrocio, da Guatemala.


Na sexta-feira (18), em cerimônia no Ficafé, em Jacarezinho, serão anunciados os ganhadores, que participarão do leilão Cup of Excellence, agendado para o dia 18 de janeiro de 2012. Para se ter uma ideia, já houve café vencedor deste certame vendido por R$ 15 mil a saca.


Integram a comissão julgadora os especialistas Eduardo Ambrocio (Guatemala), Silvio Luiz Leite (Brasil), Susie Spindler, Jared Rennie, John Moore e Robert Benck (Estados Unidos), Andreas Hertzberg e Synøve Nesøen (Noruega), Glen Gregory (Polônia), Jose Aguilar (Reino Unido), Gerrit Krueger (Alemanha), Hisashi Yamamoto, Masahisa Asano, Motonobu Nishino, Shinya Sakaguchi, Yoshihito Kato, Yumi Kosaka e Keishin Haneda (Japão), Jennifer Murray e Ross Quail (Austrália) e Yun Son Lee (Coreia do Sul).


Paraná


A realização da etapa internacional do Cup of Excellence no Paraná faz parte de um esforço para estimular os produtores do Estado a participar desse tipo de competição. "Produzimos cafés de excelente qualidade, capazes de competir em certames de alto nível, mas nossos cafeicultores ainda não se habituaram em participar desses eventos", explica Paulo Franzini, da Câmara Setorial do Café, entidade organizadora do Concurso Café Qualidade Paraná, que Neste ano, em sua nona edição, premiou cafés de Mandaguari e Congonhinhas.


O pesquisador Armando Androcioli, diretor técnico-científico do Iapar, lembra que os esforços para melhoria da qualidade de bebida paranaense começaram em 1998, com uma simples campanha direcionada aos produtores – que agora chega à maturidade e gera inclusive esforços para demarcação de regiões de origem.


Para o especialista, a realização de uma etapa do Cup of Excellence no Paraná também é uma oportunidade para os técnicos e provadores locais, que se beneficiarão do contato com a dinâmica de um evento dessa magnitude e do contato com juízes internacionais.

Há cerca de 90 mil hectares plantados com café no Paraná. Desse total, cerca de 76 mil hectares são constituídos de lavouras em plena produção, sendo mais de 60% delas conduzidas no sistema adensado. A produção familiar é predominante: das 13 mil propriedades que se dedicam à cafeicultura, 85% têm menos de 50 hectares. Neste ano, o Estado deve colher em torno de 1,8 milhão de sacas beneficiadas, com produtividade média de 24 sacas por hectare.


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