As indústrias de abate de frangos do Paraná elevaram os alojamentos nos últimos 50 dias para atender a uma projeção de aquecimento nas vendas das aves no final de ano. A expectativa da Avipar - Associação dos Abatedouros de Frango do Paraná - é elevar as vendas entre 10% e 15%. Atualmente o Paraná lidera a produção de frango no país, com um índice de abate em torno de 50 milhões de cabeças por mês, superando o estado de Santa Catarina que abate entre 40 e 45 milhões de cabeças por mês.
Apesar dos aumentos no preço do frango ao consumidor, o fato é que essa carne vai competir com a maioria das carnes nobres consumidas nas festas de final de ano, disse Ícaro Fiechter, diretor executivo da Avipar. Ele justifica que o preço do frango ainda é competitivo, em torno de R$ 1,60 o quilo, e por isso a tendência de boa parte da população é manter essa carne como base dos pratos servidos no Natal e Ano Novo.
A explicação para esse otimismo é que de forma geral todas as carnes tiveram aumento de preço em função do mercado que está comprador. "Enquanto tiver demanda, os preços do frango tipo carcaça vão se sustentar", afirmou Fiechter.
O médico veterinário do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura (Deral), Athayde Miranda, concorda que o frango ainda representa uma das opções mais baratas de proteína para uma grande parcela da população. Com o pagamento do 13º salário é esperado um aumento no consumo e por isso o mercado está aquecido, destaca.
A sustentação no preço do frango está ocorrendo ainda em função do aumento das exportações, que esse ano ficaram 21,45% acima do volume de exportações ocorridos no ano passado. Mesmo com a queda nos preços internacionais, as exportações estão se mantendo e a tendência é aumentar ainda mais com a ocorrência da doença da vaca louca na Europa. As indústrias exportaram a carne de frango por US$ 1.356 a tonelada no ano passado. Já esse ano amargaram uma queda de 40% e exportaram a produção por US$ 840 a tonelada.
As indústrias brasileiras preferiram manter o fluxo de exportações, apesar da queda de preço para não perder mercados duramente conquistados. Em função dessa queda de preço, muitas indústrias optaram por exportar cortes de frango, alternativa que agrega valor à produção. Com isso, conseguiram em torno de US$ 890 a tonelada.
O técnico do Deral prevê um aumento na produção de frangos no ano que vem em função do aumento das exportações e do consumo no mercado interno. Segundo ele, o consumo per capta de carne de frango vem crescendo nos últimos anos. Em 98 se consumia 26 quilos per capta, em 99 o consumo avançou para 29,1 quilos. Em 2001 a expectativa de consumo é de 30 a 31 quilos per capta.