Uma pesquisa inédita do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) conseguiu resultados expressivos em laboratório no combate ao nematoide, verme que produz doença do solo de difícil controle e de rápido crescimento e que afeta a cultura do café. Para isso foram utilizados fungos micorrízicos e nematófogos, que impediram o seu crescimento e reprodução.
No trabalho realizado pelo pesquisador Élcio Balota, do Iapar, e pela bolsista do Centro Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, Alexandra Scherer, com a colaboração de outros servidores da instituição, conseguiu-se com o tratamento uma redução de até 88% no fator de reprodução do nematoide (Meloidogyne paranaensis). "Isso representa muito em laboratório. Falta agora testar a eficácia dessa técnica no campo", explica Scherer.
Essa será a segunda etapa da pesquisa, que prevê ainda uma terceira fase de treinamento dos agricultores para produzir os fungos na propriedade com bom padrão de qualidade. "Todo esse trabalho vai exigir mais três a quatro anos", reforça Balota.
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O pesquisador destaca a importância de não "pular" nenhuma parte da pesquisa para que ela traga os benefícios esperados aos agricultores. "Se essa técnica não for usada corretamente nas propriedades rurais corre-se o risco de propagar ainda mais a praga, em vez de combatê-la".
Segundo Balota, os fungos micorrízicos e os nematófogos impossibilitaram a entrada dos nematoides assim que se instalaram nas raízes. "A barreira é química e física. Além de fechar a porta, os fungos produzem substâncias que impedem o verme de entrar. Como a raiz é local onde a larva se reproduz, ela não se espalha" (com AEN).