O secretário de Política Agrícola do ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, admitiu nesta sexta-feira (17) que está em elaboração, no governo federal, um pacote de medidas para a sustentação dos preços da produção de milho.
"Estamos absolutamente preocupados com o mercado de milho. Tem uma perspectiva de uma safra cavalar agora e estamos vendo com preocupação a queda recente do preço do milho. Será um pacote tão grande que precisamos definir o orçamento do governo", disse. "Queremos mandar um recado porque estamos insatisfeitos e o governo vai entrar apoiando maciçamente a comercialização de milho o mais rápido possível", acrescentou.
O governo federal vai disponibilizar, a partir de hoje, R$ 300 milhões em empréstimos para produtores de frango fazerem a estocagem de milho. A medida vai beneficiar produtores, cooperativas e indústrias de aves e suínos, já que a garantia dada pelo milho pode ser substituída pela estocagem de frango.
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A idéia do governo é garantir a compra da produção de milho e melhorar as condições dos produtores de aves e suínos. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, explicou que o incentivo indireto aos produtores de aves se deve à retração nas exportações brasileiras causada pela diminuição do consumo mundial de frango depois do surgimento de casos da gripe aviária.
Os agricultores encaminharam ao Ministério da Agricultura uma radiografia dos problemas do setor. O trabalho, compilado pela Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), mostra que as lavouras de soja, milho e trigo sofreram uma forte deterioração nos termos de troca. Em outras palavras, é preciso produzir mais soja, milho e trigo para conseguir comprar a mesma quantidade de maquinário ou de insumos.
Segundo o estudo da Ocepar, a maior cota de responsabilidade pelas agruras do setor se deve à valorização do real. O trabalho mostra que o dólar comercial em janeiro ficou 19% abaixo do registrado na média nominal entre janeiro de 2003 e dezembro de 2005. Como a desvalorização vem ocorrendo sistematicamente, esta já é a segunda safra seguida em que os agricultores compram insumos dolarizados a valores mais altos em reais do que os registrados no momento da comercialização.
Informações da ABr eAgência Estado