Começa nesta sexta-feira, em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, a Kakifest 2002 – 25ª Festa do Caqui. Organizado pela Emater e prefeitura, o evento será realizado no Parque de Exposições do município e tem como objetivo incentivar o aumento do consumo do produto.
Campina Grande do Sul é um dos maiores produtores de caqui do Paraná, respondendo por 13% da produção estadual da fruta. Na safra de 2001, foram produzidas 2 mil toneladas, por 200 produtores, em 120 hectares. Em todo o Paraná, na mesma safra, foram colhidas 14,7 mil toneladas, por 1.258 produtores, que plantaram 1.054 hectares.
Segundo Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura, embora os pomares da região de Curitiba ocupem pequenas áreas, os agricultores estão investindo na ampliação da atividade e no aperfeiçoamento das técnicas de plantio, o que já resultou na melhoria da qualidade da fruta.
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Além disso, a Secretaria da Agricultura e a Emater promovem cursos de poda e agricultura orgânica para os produtores. A poda garante frutos mais graúdos, que recebem uma melhor classificação e são valorizados no mercado. Os produtores classificam a fruta por cor e tamanho antes de enviá-la ao mercado. No trabalho de classificação, também são retiradas frutas com imperfeições, como manchas e batidas.
De acordo com Ricardo Lubaszewski, engenheiro agrônomo da Emater de Campina Grande do Sul, é importante a classificação do produto, porque há bastante caqui no mercado, mas poucos de boa qualidade. Além da classificação, os produtores estão investindo nas variedades mais apreciadas pelo consumidor.
O caqui kakimel é o mais produzido - 73% do total. É a variedade mais doce, com 19% de açúcar. Em seguida, vem o caqui fuyu, com 26% da produção e um teor de açúcar de 13%. Os produtores de Campina Grande do Sul também estão industrializando o caqui - transformando o produto em passa, vinagre e pinga – e ainda substituindo a fruta tradicional pelo produto orgânico.
A transformação do produto e a opção pelo sistema orgânico estão gerando renda maior ao produtor. O caqui tradicional está sendo comercializado a R$ 0,70/ kg, enquanto o orgânico é vendido por R$ 0,90/ kg e pode chegar a R$1,10". Além disso, o caqui orgânico tem mercado garantido nas grandes redes varejistas de Curitiba.
O produtor Marcelo Passos nunca usou veneno na sua plantação de caqui, por isso não teve dificuldades em adotar o plantio orgânico. "A produtividade tem crescido e o preço também", diz. Marcelo conquistou mercados em São Paulo e Rio de Janeiro, e já mantém contatos no exterior para exportar o caqui orgânico.