O Paraná vai exportar este ano 50% de açúcar a mais em relação ao ano passado. As exportações da safra 2001/2002 devem somar 900 mil toneladas, quando em 2000 as 28 usinas paranaenses exportaram 600 mil toneladas. Essa produção revela que o setor está saindo de uma crise, "após dois anos de prejuízos", comemorou Paulo Zanetti, superintendente da Associação Paranaense de Açúcar e Álcool (Alcoopar).
O aumento nas exportações do açúcar está sendo alavancado pela elevação na produção de cana-de-açúcar no Estado, que este ano deve atingir 24,5 milhões de toneladas, e também pelo preço mais favorável. O preço do açúcar supera em 15% o preço do álcool no mercado.
Apesar disso, os usineiros não vão deixar faltar álcool para o abastecimento interno, destacou Paulo Zanetti, superintendente da Associação Paranaense de Açúcar e Álcool (Alcoopar). Esse compromisso foi selado pela classe produtora nacional junto ao governo federal durante reunião da Secretaria de Política Executiva do Conselho Interministerial do Álcool e Açúcar (Cima), ocorrida na quarta-feira, em Brasília.
A produção sucroalcooleira também está se recuperando no País. Após dois anos de crise, as 346 usinas brasileiras se preparam para colher 273 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, das quais serão produzidas 17,2 milhões de toneladas de açúcar e 11,5 bilhões de litros de álcool. No ano passado, foram produzidas 255 milhões de toneladas.
As exportações nacionais de açúcar também estão em alta. Este ano serão exportadas 8,3 milhões de toneladas, também um aumento de 50% sobre as exportações do ano passado, que somaram 5,5 milhões de toneladas. Zanetti, afirma que o processo ainda é de recuperação porque o País já exportou 12 milhões de toneladas de açúcar há dois anos.
Na safra 99/2000, o Brasil produziu 325 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Neste ano, o governo liberou a comercialização do álcool e o setor teve que negociar sem a interferência oficial. "Eram 346 usinas, com uma grande safra nas mãos, para negociar com sete grandes distribuidoras", lembrou Zanetti. Naquela época os preços do álcool desabaram para até R$ 0,16 o litro.
Depois disso, os produtores não investiram em tratos culturais. Além disso houve uma prolongada estiagem, seguida de geada, que contribuíram para a queda na produtividade da cana. A quebra na safra foi de 22%. Nesse período houve um equilíbrio entre a oferta e a demanda, e agora o mercado está numa "fase de calmaria", disse Zanetti. Segundo ele, os usineiros estão aptos à retomada dos investimentos e não têm interesse em provocar desequilíbrios ao setor, como a redução na produção de álcool. "Não vamos matar a galinha dos ovos de ouro", garantiu.