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Estudo aponta áreas para conservação de aves no Brasil

Redação Bonde
21 mar 2006 às 17:43

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A Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save), braço nacional da BirdLife International (antigo International Council for Bird Preservation, Conselho Internacional para Preservação das Aves), uma aliança global de
organizações dedicada à conservação das espécie de aves e dos seus hábitats, lança no dia 22 de março, às 18horas e 30minutos, o livro Áreas Importantes para a Conservação das Aves no Brasil.

A publicação traz o resultado de um estudo de cinco anos que aponta 163 áreas importantes para a preservação de aves no Brasil, chamadas de IBAs (do inglês Important Bird Areas). O trabalho englobou 15 estados onde ocorre a Mata Atlântica, mas também alcançou porções de Cerrado, Caatinga e Pampa. O livro de 494 páginas também apresenta fotos de aves e seus habitats.

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Organizado pelos biólogos Glayson Bencke, Giovanni Mauricio, Jaqueline Goerck e Pedro Develey, o livro faz parte de uma estratégia mundial da BirdLife International, que já detectou 3.400 IBAs em 24 países. Entre os critérios para que um local seja definido como IBA, estão a presença de espécies ameaçadas de extinção ou restritas a um bioma ou região (endêmicas) ou ainda espécies "congregatórias", que usam determinadas áreas para reprodução, invernagem ou paradas durante migrações.

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O Brasil possui cerca de 1.800 espécies de aves, cerca de 20% das 9.000 espécies do mundo. É o terceiro país em diversidade de aves, atrás apenas da Colômbia e do Peru. No entanto, é o primeiro em número de espécies em extinção. Das 1.212 aves ameaçadas no mundo, 118 estão no País, incluindo duas já extintas na natureza: o mutum-do-nordeste (Mitu mitu) e a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii).

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As 163 IBAs identificadas no Brasil somam 8,3 milhões de hectares. O estado com mais IBAs é a Bahia, com 31 áreas, seguida por Minas Gerais, com 18. Em superfície, porém, o campeão é o Rio Grande do Sul, com pouco mais de um milhão de hectares distribuídos em 12 IBAs.


Do total de áreas importantes identificadas, 51% estão parcialmente ou totalmente inseridas em unidades de conservação de proteção integral, como parques nacionais e reservas biológicas, 3% em unidades de conservação de uso sustentável, como reservas extrativistas, 11% em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e 8% em outros tipos de reservas privadas.


No Espírito Santo, duas grandes áreas particulares são os principais refúgios ainda existentes da saíra-apunhalada (Nemosia rourei). Mesmo áreas parcialmente protegidas, como a Chapada do Araripe (Ceará), o único abrigo do soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni), requerem ações imediatas para a conservação de longo prazo de espécies.

Áreas bastante pressionadas pela urbanização também incluem IBAs. A Serra da Cantareira, em São Paulo, com grau de proteção apenas parcial é abrigo de quatro espécies ameaçadas de extinção: gavião-pomba (Leucoptemis lacemulata); pomba-espelho (Claravis godefrida); papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea); e araponga (Procnias nudicollis).


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