A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está apresentando, no Show Rural Coopavel, a Língua Eletrônica, um sensor gustativo utilizado para avaliação de bebidas, entre elas, a água, o vinho e o café. As pesquisas para desenvolvimento do equipamento foram realizadas em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, tendo custado, ao longo de quatro anos, US$ 1 milhão.
O gerente de comunicação e negócios da Embrapa, Elomir Antonio Perussi de Jesus, ressalta que a Língua Eletrônica representa um avanço no controle de qualidade para a indústria alimentícia, vinícolas, estações de tratamento de água e, possivelmente, na indústria farmacêutica. Ele explica que o equipamento é formado por um conjunto específico de plásticos que conduzem eletricidade e que são sensíveis às substâncias responsáveis pelos diferentes tipos de paladar.
A Língua Eletrônica diferencia, sem dificuldade, os padrões básicos de paladar - doce, salgado, azedo e amargo - em concentrações abaixo do limite de detecção do ser humano. O sistema também apresenta eficiência na diferenciação de bebidas com o mesmo paladar, sendo possível distinguir diferentes tipos de vinhos e cafés. ''A Língua Eletrônica é mil vezes mais eficiente que o paladar humano'', garante Perussi de Jesus.
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No café, por exemplo, a língua é capaz de avaliar e classificar qualidade, regiões e possivelmente produtores, detectar adulterações nos produtos comercializados e monitorar a consistência de paladar e qualidade dos produtos produzidos no País. ''Este instrumento deverá ser utilizado como uma ferramenta pelas indústrias de café e pelos degustadores, para poder classificar e quantificar com melhor precisão a qualidade da bebida'', frisa o gerente.
Em 2001, o equipamento recebeu, em São Paulo, o Prêmio Governador do Estado na categoria Invento Brasileiro, concedido pelo Serviço Estadual de Assistência aos Inventores (SEDAI). O prêmio tem como objetivo reconhecer o esforço da pesquisa realizada na área de desenvolvimento científico-tecnológico. ''Esta é uma tecnologia inédita no mundo'', conclui Perussi de Jesus.