O cultivo de soja, milho e feijão orgânicos, em áreas onde predominam a produção de hortaliças, virou alternativa de renda na Região Metropolitana de Curitiba. A forte demanda pelos cereais e os bons preços praticados no mercado estão estimulando os agricultores a diversificar a produção.
"A demanda pela soja, por exemplo, é intensa e o preço, em dólar, está atraindo os agricultores", confirma o técnico Homero Amaral, da Emater, que presta assistência técnica aos produtores do município de Balsa Nova.
Os produtores de cereais orgânicos da região formaram um grupo de estudos e trabalham juntos com representantes de universidades, consumidores e Emater. A idéia é discutir a produção sem insumos agrícolas e difundir novas tecnologias.
Homero diz que outra vantagem é que algumas empresas de produtos orgânicos têm unidades beneficiadoras em Ponta Grossa, o que diminui as despesas de transporte do ponto de produção até a indústria. Ele acrescenta que tem aumentado o número de produtores de animais no sistema orgânico e isto faz aumentar a procura por milho cultivado sem insumos químicos.
Em Balsa Nova, o agricultor Abel Vilseke plantou um hectare com soja orgânica e se prepara para a primeira colheita no final deste mês. Uma das vantagens do produtor é o menor uso de mão-de-obra. Em um hectare de horta, Abel precisava de quatro pessoas. Para fazer o manejo de um hectare de soja, uma pessoa é o suficiente.
Como a propriedade tem um relevo que favorece o plantio de soja, Abel pretende aumentar a área dedicada ao cereal na próxima safra. Os bons resultados conseguidos pelo produtor estão mostrando aos agricultores da região que a soja orgânica pode ser viável em pequenas propriedades.
No assentamento Contestado, na Lapa, as lavouras são de soja (50 ha) e milho (10 ha). Trinta famílias estão envolvidas nesse trabalho. A idéia é que em breve os produtores coloquem esse produto no mercado de maneira diferenciada.
A Emater vem acompanhando os produtores de Balsa Nova e da Lapa que estão apostando no cultivo de cereais orgânicos. Os agricultores participam de cursos de capacitação, recebem assistência técnica e conhecem novas tecnologias de produção para que sua propriedade se viabilize economicamente.