Alheios à crise que tomou conta da cafeicultura brasileira, 45 produtores de café do distrito de Lerroville, em Londrina, se preparam para comercializar sua produção por valores maiores que o dobro do preço pago pelo mercado.
No próximo dia 1º de abril, eles firmarão um contrato de venda de mil sacas de café beneficiado para empresários franceses, que pagarão 120 euros (ou R$ 438,00) por saca, livre de transporte, seguro e taxas de exportação. Os contratos se repetirão por cinco anos.
A transação será possível graças ao projeto Café de Lerroville, que trouxe ao município o conceito de ''mercado solidário de comércio justo''. Segundo a advogada Ciliane Carla Sella de Almeida, que idealizou o projeto, trata-se de uma negociação que aproxima produtores e consumidores ao eliminar os atravessadores.
Leia mais:
IDR Paraná e parceiros realizam Show Rural Agroecológico de Inverno
Quebra de safra obriga Santo Antônio da Platina a cancelar Festa do Milho
Paraná: queda no preço de painel solar estimula energia renovável no campo
AgroBIT Brasil 2022 traz amanhã soluções tecnológicas para o agronegócio
Para aderir à prática, os cafeicultores tiveram que se adequar a normas ambientais e sociais que têm o objetivo de garantir o desenvolvimento sustentável da produção e do produtor rural. Por isso, todas as propriedades envolvidas encontram-se em processo de conversão para a produção orgânica.
Na França, a entidade parceira do projeto é a organização não governamental (ONG) Monde Diplomatique, que articulou a participação de empreendedores do município francês de Saint-Etienne. A população desta cidade soma 450 mil habitantes, é grande consumidora de café e consciente da sustentabilidade do planeta nas relações de países centrais com os países periféricos.
Londrina foi escolhida pela sua fama de ter sido capital mundial do café e por ainda manter a atividade cafeeira. Lerroville chamou a atenção porque, no distrito, predomina a produção de café em pequenas propriedades familiares.
Essa característica, aliás, é um dos pré-requisitos para participar do comércio justo. Além disso, produtores têm que se comprometer a cuidar do meio ambiente e abolir trabalho escravo ou de crianças contratadas, entre outras exigências socialmente corretas.
>> Leia matéria completa na Folha de Londrina deste domingo