A queda de preços dos produtos agrícolas no atacado (-0,88%), observada na segunda prévia de maio do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), poderia ter sido maior, não fosse o impacto do dólar nas commodities de soja e trigo, que subiram, respectivamente, 5,78% e 6,74%. A explicação é do chefe do Centro de Estudo de Preços da Fundação Getúlio Vargas, Paulo Cotta.
A segunda prévia do IGP-M mostrou variação de 0,58%. Os produtos industriais dentro do Índice de Preços por Atacado subiram 0,90%, ainda influenciados pelos combustíveis, que apresentaram altas de 10% (querosene para motores), 3,31% (óleo diesel), 4,85% (gasolina) e 4% (óleos combustíveis).
No Índice de Preços ao Consumidor, os destaques foram os transportes (1,06%) - devido à alta de 3,65% na gasolina; vestuário (1,04%) - em função da entrada da coleção Outono/Inverno; e habitação (0,89%) - em razão dos aumentos verificados em eletricidade e gás de bujão.
O grupo Alimentação seguiu o caminho inverso, acompanhando a baixa de preços dos produtos agrícolas no atacado, com variação negativa de 0,33%. Para o mês fechado, Paulo Cotta prevê inflação de 0,70%. O IPA deverá subir ainda, em função do dólar.
O IPC também subirá pouco, e o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) não sobem mais. Três dissídios foram registrados entre os dias 1º e 10 do mês em São Paulo, Brasília e Goiânia, informou o economista.