Os representantes das agroindústrias consumidoras de milho no Paraná concordaram em assinar o acordo que garante o preço mínimo para o milho na safra 2001/02. Eles assinaram um protocolo de intenções que assegura ao produtor o preço mínimo de R$ 10 a saca, no período de safra, entre o mês de fevereiro e junho de 2002. O entendimento visa evitar a queda no plantio de milho na próxima safra.
Independente do acordo, algumas cooperativas já estão garantindo um pagamento de R$ 10,50 a saca em fevereiro para os produtores que não desistirem de plantar o milho. É o caso da Cotrefal, em Medianeira, e da Copacol, em Cafelândia. "Até lá, o mercado é que vai definir o preço, mas os produtores de milho precisam de um sinalizador para que não deixem de plantar o milho", disse o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski.
O protocolo de intenções foi assinado pela Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar), Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Sindileite, Sindicato da Indústria do Arroz e do Milho, Soja e Beneficiamento de Café do Estado do Paraná (Samisca), Sindicarnes, Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
Os representantes das agroindústrias assinaram o protocolo porque acreditam que o governo federal vai lançar os contratos de opções para compra e venda do milho, no período de safra. "Os contratos deverão apoiar parte da produção e não toda ela, cabendo ao mercado seguir essa sinalização de preços", disse Koslovski.
O presidente da Avipar, Paulo Muniz, admite que havia muita dúvida em relação às responsabilidades das empresas diante desse compromisso. "Com a sinalização do Ministério da Agricultura, que vai antecipar o lançamento do contrato de opções para o período de safra, os empresários ficaram mais tranquilos", disse. As indústrias também serão beneficiadas com o contrato de opção de compra, disse Muniz. Para o presidente da Avipar, esse acordo representa o amadurecimento nas relações entre produtores e indústrias, "que tendem a se estreitar daqui para frente.
Na avaliação de Koslovski, a sinalização de preços mais atrativos e medidas específicas de apoio ao setor já adotadas pelo governo federal poderão reduzir a área plantada em 10% ou 5%, em relação ao ano passado. O governo aumentou o custeio de milho de R$ 200 mil para R$ 250 mil por produtor e desvinculou o limite de financiamento para soja e milho. Agora, para as grandes áreas, os produtores poderão pegar financiamento para a soja e milho simultâneamente.