Apesar do aumento de área plantada de grãos no Paraná, de 3,63%, o Paraná pode ter queda de produção, de até 4,42%. A razão disso é o aumento da área plantada de soja, em detrimento da de milho, que é uma cultura mais produtiva. A área plantada aumentou de 7,4 milhões de hectares para 7,7 milhões de hectares. A produção pode cair de 24,2 milhões de toneladas para aproximadamente 23,2 milhões.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O órgão trabalha com um intervalo para a produção de 23,2 milhões de toneladas até 24,6 milhões de toneladas, valores que só vão se concretizar quando a colheita estiver mais próxima.
A área plantada de soja aumentou 16,4%, e a de milho, 20,5%. ''O milho tem uma produtividade maior e isso explica a estimativa de redução'', afirmou o engenheiro agrônomo do Deral, Otmar Hubner. Segundo ele, o cultivo de soja ficou um pouco prejudicado pela longa estiagem das últimas semanas. ''Em algumas áreas do Estado houve redução, mas em outras houve aumento e isso compensou a média da soja'', disse. O Deral não está trabalhando com quebra de safra nem de milho nem de soja.
Para Hubner, a procura pelo plantio da soja foi motivada pelo preço, que caiu um pouco em relação ao ano passado, mas ainda está atrativo. Atualmente a saca de 60 quilos está cotada em R$ 20,38. A área plantada de soja atingiu 3,2 milhões de hectares. A produção deve ser de cerca de 9,7 milhões, um aumentou de 9% em relação à safra anterior.
O preço do milho, R$ 11,31 a saca de 60 kg, não empolgou os produtores. Mas a engenheira agrônoma do Deral, Rossana Catie, disse que a área plantada de milho voltou aos patamares de cultivo normais no Paraná. ''No ano retrasado o preço do milho estava muito bom, e por isso no ano passado houve bastante procura. Mas isso não continuou por muito tempo'', disse.
A área plantada de milho ficou em 1,4 milhão de hectares, ante 1,8 milhão de hectares do ano anterior. A produção de milho e milho safrinha, que deve ser de 10 milhões de toneladas, representa queda de 23% em relação à safra anterior. A queda não é maior porque a área do milho safrinha e a produção continuam no mesmo patamar do que nos outros anos.