O governo FHC garantiu a estabilidade econômica com o sacrifício da agricultura. O setor sentiu-se penalizado sem receber contrapartida. No final, o governo ainda tentou abocanhar parte da renda agrícola via tabela progressiva do IR (substituída, dias depois por pressão de entidades como Faep, Ocepar e CNA). Os bons momentos do agronegócio nesses anos todos devem ser creditados ao mercado internacional e à disparidade cambial.
Mas, agora, com avicultura e suinocultura quase quebradas, a agricultura dá o troco. Os preços dos alimentos estão incomodando os consumidores. Esta semana, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou que a alta de preços foi de 4,1% nos últimos 30 dias. Ocorreu com a cesta básica da Grande São Paulo, mas não isto pode ser extrapolado para as demais cidades.
Já os dados da Fundação Getúlio Vargas - também divulgados esta semana - mostraram aceleração ainda maior nos preços dos alimentos, que subiram 9,1% em outubro no Índice de Preços por Atacado do IGP-DI (Índice Geral de Preços), acumulando reajuste de 33,41% nos últimos 12 meses.
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