A Receita Federal encerrou 2021 com uma arrecadação recorde de R$ 1,8 trilhão, um aumento real de 17,3% em relação a 2020 -ano mais afetado pela pandemia da Covid-19.
De acordo com a Receita, a melhora em relação ao ano passado foi observada graças a fatores como a melhora de indicadores macroeconômicos -como a produção industrial e a venda de bens e do comércio.
Os números da arrecadação observados em 2021 colaboram para o discurso da equipe econômica de melhora nas contas públicas e estimulam iniciativas do governo que reduzem a arrecadação, como as alterações no Imposto de Renda apresentadas no ano passado. Mas analistas alertam que a melhora observada é influenciada por efeitos não permanentes -como a inflação.
Embora o resultado apresentado pela Receita seja atualizado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), boa parte dos números "escapa" desse ajuste. A inflação de 2021 ficou em 10,06%, mas os preços da gasolina, por exemplo, subiram 47,49%.
Outro ponto levantado por economistas é a mudança de comportamento consumidor durante a pandemia, mais voltado a produtos (mais tributados) do que serviços, por causa do isolamento social.
A Receita destacou entre os fatores positivos a elevação dos números arrecadados sobre o desempenho de empresas, como o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e o CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), que juntos renderam R$ 393,1 bilhões. O aumento real foi de 31,1% em relação ao ano anterior (em números absolutos, mais R$ 93,2 bilhões).
Entre os que mais impulsionaram a melhora da arrecadação, também estão o PIS/Cofins, a Receita Previdenciárias e o IOF.