O Procon notificou a administração do Magazines Luíza e deu um prazo de 10 dias para a empresa se justificar por que anunciou uma promoção e não abriu a loja no último sábado, em Curitiba. Dezenas de consumidores que formaram filas em frente à loja desde às cinco horas da manhã sairam frustrados.
Se a justificativa não for convincente a loja poderá ser multada em até 3.000 UFIRs, que equivale a R$ 3 milhões, dependendo da investigação do caso, disse o coordenador do Procon no Paraná, Naim Akel.
O incidente com o Magazines Luiza começou na madrugada de sábado, dia 8, em Curitiba. A loja anunciou por meio da mídia televisiva e com anúncios na própria loja que no sábado iria haver uma promoção de lâmpadas fluorescentes com redução de 50% nos preços em relação à concorrência. As lâmpadas de 9 e 11 watts de potência poderiam ser adquiridas por R$ 9,90 cada uma, quando o preço mínimo na concorrência é de R$ 14,90. Além do preço convidativo, a compra poderia ser parcelada em seis vezes.
O anúncio informava que a loja iria abrir as 7 horas da manhã. Por volta das 5 horas da manhã, a Polícia Militar informou que dezenas de pessoas se aglomeravam em frente à loja. Por volta de 7h30, os consumidores foram informados que a loja não iria abrir em virtude do feriado em homenagem à Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. O comunicado gerou tumulto e a PM chegou a intervir. De acordo com a assessoria da corporação haviam aproximadamente 60 pessoas em frente à loja indignados com o anúncio.
Nesta segunda-feira, oito denúncias sobre o episódio chegaram ao Procon, sendo que quatro reclamações foram oficializadas. Alguns reclamantes queriam comprar o produto no mesmo preço e outros queriam indenização. Para os clientes que foram à loja a gerência garantiu os preços de sábado. Foram vendidas quase mil lâmpadas, informou a assessoria da loja.
Entre as justificativas foi um jogo de empurra. De acordo com a assessoria de Imprensa dos Magazines Luiza, a administração do grupo programou a mesma promoção para as 90 lojas da rede, distribuídas em quatro estados. Houve anúncio na mídia, com o destaque de "Só amanhã", mas a direção não contava com o feriado em Curitiba.
Funcionários das lojas em Curitiba informaram que quem impediu a abertura da loja foi o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Curitiba e Região. O presidente da entidade, Ariosvaldo Rocha, disse que a loja não pode transferir responsabilidades num caso como esse. "Nós defendemos os comerciários. Não temos culpa que a direção da empresa não observou o detalhe que era feriado em Curitiba e a legislação tinha que ser cumprida", afirmou o sindicalista.