Com o objetivo de regularizar a situação do transporte público coletivo de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) e apontar novas soluções, pesquisadores do Itedes (Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico Social), vinculado à UEL (Universidade Estadual de Londrina), estão ouvindo os usuários do serviço em todo o município.
Os resultados finais devem ser divulgados em fevereiro de 2023 e devem compor a revisão do Plano Municipal de Mobilidade Urbana. A meta também é definir locais para sediar terminais das linhas intermunicipais, criar um Fundo Municipal de Mobilidade Urbana e embasar as propostas que devem definir os próximos passos, como a abertura de um processo licitatório para contratação de empresas interessadas em assumir o serviço.
Segundo a arquiteta e urbanista Danaê Fernandes, do Itedes, a empresa que opera hoje no município tem uma permissão do DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná) para operar o serviço. Para ela, regularizar o transporte municipal e intermunicipal que hoje, funcionam concomitantemente em Cambé, gerando uma confusão entre os usuários, é o maior desafio. Além disso, há um impacto na tarifa que hoje é de R$ 5,70, e foi a questão mais criticada pela população, de acordo com os primeiros resultados da pesquisa, divulgados nesta semana.
O valor é o mesmo para viagens dentro do município quanto para o metropolitano. “Esse é um dos pontos em que pretendemos atuar, já que não podemos fazer a revisão desse plano e manter a tarifa com o mesmo valor”, ressalta Fernandes, considerando que esta é uma discussão muito sensível “porque quando falamos de transporte dentro de Cambé temos os deslocamentos curtos, o que acaba tornando a tarifa alta, mas se pensarmos que com a mesma tarifa é possível se deslocar até Londrina, o valor começa a ter sentido. A insatisfação maior foi entre aqueles que fazem um trajeto mais curto”, diz. Outra queixa apontada pelos entrevistados é em relação a área de cobertura das linhas.
A estimativa dos pesquisadores é de que 1.500 passageiros utilizam diariamente as linhas do transporte coletivo dentro do perímetro urbano. Mas de acordo com Fernandes, muitos passageiros usam o transporte intermunicipal mesmo para viagens dentro da cidade e, por enquanto, não há informações sobre o número total de usuários.
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