Pelo quarto mês consecutivo, o preço da cesta básica registrou queda em Londrina. Em agosto, o conjunto de 13 itens considerados essenciais foi calculado em R$ 530,41 para uma pessoa, uma queda de 4,7% em relação ao valor de julho. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31), no relatório Evolução dos Preços da Cesta Básica Nacional em Londrina, elaborado mensalmente pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas). Em julho, a mesma cesta básica havia ficado em R$ 556,34.
Mesmo com o reajuste nos preços dos combustíveis, aplicado em agosto, os londrinenses pagaram menos para fazer as compras no supermercado. Segundo o economista e coordenador do NuPEA, Marcos Rambalducci, a alta começou a vigorar na segunda quinzena do mês e os preços ainda não captaram todo o aumento. Muitos produtos da cesta básica, explicou ele, têm seu contrato de compra firmado com antecedência. “Mas é possível afirmar que na ausência desse reajuste, certamente teríamos um recuo maior no preço dos alimentos, especialmente nos hortifrúti, que são mais perecíveis”, destacou.
A carne é o produto com maior peso na cesta básica. Em agosto, esse item representou 39,2% do valor final. O levantamento apontou queda de 11,4% no preço, com média de R$ 31,50 o quilo do coxão mole, corte usado como referência na pesquisa. O preço mais baixo encontrado foi de R$ 26,90 e o mais alto, R.$ 37,99. Em julho, a média do quilo do produto havia ficado em R$ 35,55.
Além da redução de 11,4% no preço da carne, as quedas mais significativas foram observadas no preço da batata e do leite, que recuaram 27,7% e 5,8%, respectivamente, na comparação com os preços praticados em julho. Também baixaram de valor a banana (-5,0%), o feijão (-3,6%) e a margarina (-3,2%).
Na lista dos produtos que subiram de preço, se destacam o tomate, com aumento de 16,8%, o arroz, que subiu 6,2%, e o açúcar, que ficou 3,7% mais caro em agosto. Mas também foram observadas altas nos preços do óleo (2,9%), do pão (2,6%) e do café (2,0%). A farinha de trigo manteve-se estável, com uma variação positiva de 0,5%.
“(A carne) tem apresentado recuos consistentes, como o caso deste mês, de 11,4%, decorrente tanto do ciclo natural da pecuária, neste ano com mais oferta de gado para abate, quanto da queda nos preços da ração. A queda na taxa de câmbio também ajuda na redução dos custos de produção e na maior propensão dos frigoríficos de colocar a carne no mercado interno em vez de direcioná-la à exportação”, avaliou Rambalducci.
O coordenador do NuPEA salientou ainda a “redução atípica” no preço do leite que mesmo no período de entressafra tem registrado queda. “Isso é explicado tanto pela menor demanda pelo produto no mercado interno como também pelo aumento da oferta de produto importando”, comentou. “Além disso, com exceção do tomate, os outros produtos que compõem a cesta básica estão bem comportados, apresentando uma estabilidade relativa em seus preços.”
O levantamento foi realizado entre os dias 30 e 31 de agosto, em 11 redes de supermercado de Londrina, em todas as regiões da cidade, com os 13 produtos que compõem a cesta. Quando calculado o valor para uma família de quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, o preço final sobe para R$ 1.591,23.
Se o consumidor se dispusesse a andar de supermercado em supermercado para comprar os itens mais em conta em cada loja, a cesta para uma pessoa sairia por R$ 434,10, o que representaria uma economia de 18,1%. Mas se o consumidor adquirisse todas as mercadorias no supermercado que oferece os menores preços, a cesta sairia por R$ 474,11, economia de 10%.
Do contrário, se o consumidor comprasse todos os itens no mercado cujos preços estavam mais elevados, o valor da mesma cesta subiria para R$ 566,81, 19,6% acima da média.
Em relação a agosto de 2022, o preço da cesta básica também caiu, embora a variação tenha sido menor, de -3,1%. Há um ano, a pesquisa apontava o valor médio da cesta básica de R$ 547,55.
Na comparação com janeiro deste ano, também houve recuo, de 9,7%. O ano começou com a cesta custando R$ 587,34.