Os paranaenses vão ter que se acostumar com sucessivos aumentos de preços do pão francês. De acordo com a presidente do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitos do Paraná, Rose Marisa Paglia, o setor não está conseguindo absorver os reajustes do trigo, que desde o começo do ano subiu 40%, em função da elevação do dólar. "Durante os anos de 1994 a 2001, o preço do pão permaneceu inalterado e a gente queimou gordura. Agora não se tem mais nada para queimar", avisou Rose.
A presidente do sindicato explicou que o repasse do reajuste do trigo para o valor do pão será automático. Hoje 90% do trigo produzido pelos moinhos do País são importados, sendo que 70% do grão processado pela indústria vem da Argentina e 20% do Canadá. Como o trigo importado é cotado em dólar, prossegue a empresária, os moinhos reajustam a cada desvalorização do real.
Desde que começou a especulação sobre o dólar, o pão francês teve uma alta de que oscilou entre 20% a 22%. Com isso, o produto saiu da faixa entre R$ 0,13 a R$ 17, subindo para R$ 0,14 a R$ 0,19 a unidade. Rose afirma que se a alta continuar o setor, que emprega 25 mil pessoas, vai continuar aumentado o preço do pão francês e de outros produtos da área de panificação.
Para ela, nem mesmo as grandes panificadoras têm capacidade de absorver a alta do trigo. Rose Paglia disse que o setor já fez a sua parte mantendo o preço do pão estável por quase sete anos, quando o produto fiou na faixa de R$ 0,10 a R$ 0,13. "Se tiver que segurar os preços, panificadoras vão quebrar", advertiu.
Hoje, o índice de falência do setor beira na faixa de 20%. Em todo o Estado, existem 4,2 mi, sendo que em Curitiba e Região Metropolitana estão 2,2 mil delas.
Leia mais em reportagem de Israel Reinstein, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira