Economia

Polícia Militar tumultua assembléia de metalúrgicos

16 ago 2001 às 10:54
A assembléia dos funcionários da metalúrgica Bernard Krone, realizada ontem de manhã, em Curitiba, foi tumultuada com a chegada da Polícia Militar. Cerca de seis viaturas da PM tentaram impedir o acesso dos funcionários nas dependências da empresa, que permece fechada por aproximadamente 15 dias, em função da situação de falência. A Bernard Krone fabrica carretas e tanques para caminhões e conta atualmente com 192 funcionários.
A manifestação dos metalúrgicos foi transferida para sexta-feira, quando eles prometem um ato público junto com seus familiares para reivindicar a reabertura da empresa e o pagamento dos salários atrasados. Os metalúrgicos vão reivindicar junto ao governo do Estado a concessão de uma linha de crédito para capital de giro da Krone.
A assembléia foi marcada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, porque a empresa conseguiu suspender a falência judicialmente, mas mantém o impedimento dos trabalhadores em voltar as atividades. Os metalúrgicos da empresa, com sede na Cidade Industrial, estão preocupados em manter seus empregos e querem receber os salários atrasados desde julho, disse o diretor do sindicato, Pedro Celso Rosa.
No meio da confusão entre metalúrgicos e polícia, o advogado que representa a empresa, João Casilo, teria dito que a Krone vai pedir auto-falência, informou Rosa. Casilo não retornou a ligação da Folha para confirmar essa versão. Os metalúrgicos apresentaram a proposta de co-gestão na administração. "Mas parece que a empresa prefere fechar as portas do que abrir as contas para os funcionários", lamentou Rosa.
Segundo o sindicalista, a Bernard Krone é uma empresa viável, com 25 anos de atividades e tem condições de se reerguer porque o mercado está reagindo. Os metalúrgicos se propõem a fazer uma manifestação junto à Secretaria da Indústria e Comércio para conseguir uma linha de crédito para capital de giro. "Mas o nosso empenho será vinculado à co-gestão da empresa", avisou.
Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, a Bernard Krone já chegou a ter 700 funcionários e começou a apresentar os primeiros problemas de caixa em 1998. No ano seguinte, em 1999, entrou em concordata em função de um débito no valor de R$ 6,2 milhões, que corresponde a dívida com fornecedores. Recentemente um juiz substituto no período de recesso do Judiciário pediu a falência da empresa. Com o retorno do juiz titular, o advogado da empresa teria conseguido "um agravo que suspende a decretação de falência", disse Rosa.

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