A greve dos caminhoneiros deve gerar perda de R$ 25 bilhões para a economia, segundo projeções da consultoria MacroSector. O cálculo considera as perdas de produção da indústria e das atividades dos setores de comércio e serviço desde o início do movimento, na segunda-feira.
Também leva em conta que, mesmo que a greve termine na segunda-feira, serão necessários cerca de 15 dias para o País retomar as condições de antes da paralisação. O impacto de meio mês de economia operando em condições anormais vai afetar o Produto Interno Bruto (PIB) do País, afirma o sócio-diretor da MacroSector, Fabio Silveira.
A consultoria projetava crescimento de 2,2% para o PIB neste ano mas, com a suspensão de várias atividades em razão da greve, a alta deve ficar entre 1,7% e 1,8%. "Nossa projeção inicial era de um PIB de cerca de R$ 7 trilhões, mas, com a expectativa de queda, a economia, a grosso modo, deve destruir cerca de R$ 25 bilhões em valor adicionado com essa greve", afirmou Silveira.
Ele criticou o fato de o governo não ter ficado atento aos efeitos da política de alta de preço dos combustíveis, "numa economia que tem 60% a 70% do transporte de bens feito por caminhões".
Devagar.
A economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, lembra que a economia já "andou mais devagar" do que se esperava no primeiro trimestre e, com mais esse efeito da greve, os resultados do segundo trimestre certamente serão prejudicados.
Sérgio Vale, da MB Associados, ressalta que o País caminha para ficar quase uma semana em situação crítica, "com paralisação inédita na economia". "Depois de um trimestre decepcionante, o segundo, pelo jeito, vai ser igualmente ruim", previu Vale. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.