A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (5) o reajuste de 39% o preço do gás natural vendido a distribuidoras de gás canalizado no país. Os novos valores começam a vigorar no primeiro dia de maio e o repasse aos consumidores depende das regras de concessão de cada estado.
O preço do gás natural é reajustado a cada três meses e esse é o segundo aumento seguido no preço do combustível após os cortes promovidos no início da pandemia do novo coronavírus: em setembro de 2020, a alta foi de 33%.
O gás natural é usado por consumidores que recebem gás canalizado tanto para cocção quanto para aquecimento de água, por exemplo, e é importante insumo industrial, com grande peso nos custos de setores como químico, vidros e energia, por exemplo.
Leia mais:
Fórum Desenvolve Londrina lança Manual de Indicadores 2024
Anfavea projeta aumento de 5,6% nas vendas de veículos em 2025
Veja calendário de pagamento do abono do PIS/Pasep 2025 proposto pelo governo federal
Bancos restringem oferta de empréstimo consignado do INSS
No início do governo, foi eleito como uma das prioridades do ministro Paulo Guedes (Economia), que prometeu um "choque de energia barata" com o fim do monopólio no setor.
Segundo a estatal, o reajuste reflete a aplicação das fórmulas do contrato de fornecimento, que vinculam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio. Para o reajuste de maio, são consideradas as variações durante o primeiro trimestre do ano.
"Durante esse período, o petróleo teve alta de 38%, seguindo a tendência de alta das commodities globais. Além disso, os preços domésticos das commodities tiveram alta devido à desvalorização do real", disse a empresa em comunicado.
Além disso, acrescenta o texto, houve elevação na parcela do preço que corresponde ao transporte do combustível, que é definida por tarifas reguladas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e é reajustada pelo IGP-M, índice de inflação com forte peso da taxa de câmbio.
Ao longo de 2020, afirmou a Petrobras, o preço do gás natural chegou a cair 35% em reais, refletindo a queda nas cotações internacionais após o início da pandemia. Assim como ocorreu com os outros combustíveis, porém, os valores passaram a subir no segundo semestre.
No comunicado distribuído nesta segunda, a Petrobras frisou ainda que o preço final pago pelo consumidor inclui ainda outras parcelas, como as margens de distribuidoras de gás canalizado e postos de revenda (no caso do gás natural veicular) e impostos federais e estaduais.
O repasse ao consumidor depende da legislação de cada estado. Em alguns casos, os contratos preveem reajuste automático. Em outros, o acerto é feito em revisões tarifárias aprovadas pela agência reguladora estadual.
O governo e grandes consumidores apostam que a aprovação do novo marco regulatório do setor possa atrair novos investidores e promover competição no fornecimento de gás, hoje quase totalmente dominado pela Petrobras. A expectativa é que a concorrência ajude a reduzir os preços do combustível.
Para fomentar a competição, a própria estatal vem se desfazendo de ativos de transporte e distribuição de gás natural. A empresa já vendeu duas das três grandes redes de gasodutos do país e negocia sua fatia na Gaspetro, empresa que tem participação em distribuidoras estaduais de gás canalizado.