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A administração do Porto de Paranaguá e a China, por meio da Câmara de Comércio Brasil-China, estão acertando um acordo pelo qual o terminal brasileiro se compromete a aumentar a oferta de soja com qualidade. Em contrapartida, a China irá aumentar o volume de compra de cerca de 4,5 milhões de toneladas registrados até agora para 6 milhões de toneladas do grão - volume total previsto de exportação por Paranaguá este ano.
Parte do pagamento poderá ser feito com equipamentos, visto ser o país asiático um dos mais modernos construtores de maquinários para portos.
Segundo a assessoria do porto, o governo federal já destinou R$ 150 milhões para a construção do cais oeste. A expectativa é de que até o fim do ano a licitação esteja concluída. O cais terá 820 metros, contando com mais três berços que se somam aos 16 existentes. Eles terão estrutura para receber navios de grande porte, permitindo ganhos de produtividade.
A expectativa é de que se aumente para 10 milhões de toneladas o volume exportado anualmente de soja. Ali também haverá uma extensão para recebimento de navios de passageiros.
O interesse dos chineses passa pelo investimento na Plataforma Industrial, uma área de cerca de 340 mil metros quadrados, onde serão instaladas 22 indústrias. Ao importarem seus componentes para montagem dos produtos e depois exportarem ao Brasil, as indústrias não pagarão impostos. A Câmara de Comércio representa 15 grandes indústrias chinesas que pretendem se estabelecer em portos alfandegados brasileiros.
Entre as empresas está a ZPMC, maior grupo fabricante de equipamentos portuários. ''Poderemos contar com alguns desses equipamentos, num acordo de negócios com a soja'', espera o superintendente Eduardo Requião.
De acordo com a administração do porto, já houve um contato com as cooperativas do Estado para passar as orientações sobre a qualidade da soja exigida pelo mercado chinês. Em razão desse mercado promissor - a expectativa é de que a China importe 30 milhões de toneladas de soja em grão no próximo ano -, o governo do Paraná também tem se mostrado resistente à liberação do cultivo de soja transgênica no Estado.
Em convênio com a Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar), o porto tem feito análise de toda a soja que chega ao terminal.
Este ano, o Porto de Paranaguá já é o terminal público que movimentará mais soja no mundo. Até agora foram embarcados 5.498.123 toneladas de soja em grão. Em todo o ano passado, foram movimentados 5.139.898 toneladas. Em relação ao farelo de soja, o movimento também é animador. Até agora, foram exportados 4.464.616 toneladas, enquanto no ano passado todo foram 5.547.530 toneladas. Esse volume deve ser superado.