O Paraná antecipou o período de moagem de cana-de-açúcar e é o primeiro Estado a cumprir a meta de produção de álcool, conforme acordo firmado com o governo federal.
Nesta sexta-feira, representantes do setor sucroalcooleiro estarão em Ribeirão Preto (SP) para dizer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que as usinas paranaenses superaram o combinado.
Em vez de produzir 51 milhões de litros, as usinas paranaenses já produziram este ano 70 milhões de litros de álcool.
O acordo com o governo federal foi firmado em fevereiro deste ano. Na época, havia a preocupação com a possibilidade de escassez do álcool para o abastecimento interno no período de entressafra da cana-de-açúcar.
Para evitar um colapso no abastecimento, o presidente da República pediu aos usineiros da região Centro-Sul que se comprometessem em produzir 600 milhões de litros de álcool até o dia 1º de maio, quando normalmente começa o período de moagem de cana.
Para cumprir essa meta, os usineiros aumentaram as contratações e promoveram horas-extras para acelerar o período de manutenção das máquinas, que normalmente iria até o início de maio.
Com isso, os usineiros conseguiram antecipar o período de moagem em um mês e meio e, em meados de março, já estavam em plena atividade, disse o superintendente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar), Adriano da Silva Dias.
Dias explicou que a parcela que cabia ao Paraná na quota de 600 milhões de litros correspondia a uma produção de 51 milhões de litros.
Nesta quarta-feira, as usinas do Paraná atingiram a produção de 70 milhões de litros. Os demais estados da região Centro-Sul ainda não conseguiram atingir as cota estabelecidas pelo presidente da República, disse Dias.
Neste ano, as 27 usinas paranaenses deverão produzir 1,1 bilhão de litros de álcool, contra 978 milhões de litros da safra anterior, além de 1,5 milhão de toneladas de açúcar.
O Paraná, com 333 mil hectares de área cultivada, é o segundo Estado em produção, abaixo apenas de São Paulo.
Apesar do atraso dos demais estados em cumprir o acordo com o governo federal, Dias disse que não deve haver escassez de álcool no mercado interno. Segundo ele, a safra nacional deste ano deve superar em 1,5 bilhão de litros a safra do ano passado, atingindo 12,7 bilhões de litros.
Caso haja problemas climáticos, o superintendente da Alcoopar disse que a recomendação do governo federal é para reduzir a produção de açúcar destinada à exportação para não comprometer o abastecimento de álcool no mercado interno.
Dias ressaltou que as usinas nem pensam em reajustar o preço do álcool. Eles estão preocupados em manter a competitividade em relação à gasolina, cujo preço já começa a cair nos postos de combustível. A meta do setor é que o preço do álcool fique em torno de 60% a 65% do preço da gasolina.