Depois da Argentina e do estado do Rio Grande do Sul, na última sexta-feira foi o Paraguai que proibiu a entrada em suas fronteiras de ovinos, bovinos e caprinos vindos de locais afetados pelo mal da vaca louca e pelo scrapie, o que inclui o Paraná. A proibição visa assegurar a sanidade dos rebanhos daquele país.
Na opinião do diretor geral da Secretaria de Estado da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, a decisão foi tomada de forma precipitada. "É uma atitude comercial, despropositada e sem respaldo técnico, tanto do Paraguai e Argentina quanto do Rio Grande do Sul", critica ele.
Por este motivo, o posicionamento do Paraná no encontro que reunirá hoje em Porto Alegre (RS) representantes das secretarias da Agricultura e do Ministério da Agricultura do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, segundo Ortigara, será o de não apoiar tal movimento. "Não daremos força a estes tipo de argumento", antecipou.
Para o secretário da Agricultura do RS, José Hermeto Hoffmann, a medida estará em vigor até que o Ministério da Agricultura esclareça as condições de rastreabilidade no rebanho de ovinos do Paraná, que deve identificar as linhagens com predisposição genética a desenvolver o "scrapie", que atacou três ovinos no Paraná.
Na avaliação de Ortigara, estes únicos três casos não podem ser considerados um foco de doença no estado. "Não há motivos para alarde, pois o mal já foi estirpado", garante.
Segundo José Hoffman, o Rio Grande do Sul pretende manter tal medida até que haja a garantia do Departamento Federal de Defesa Sanitária Animal de que o rebanho de ovinos daquele estado, que é o maior do País, não será contaminado com a doença que foi encontrada em animais no Paraná.
Ele criticou a lentidão do Ministério em informar os demais estados sobre a confirmação da doença e as condições de rastreamento que está sendo feita após o abate dos animais.