Economia

Para Alencar e Mercadante, juros devem cair

14 mai 2003 às 20:13

A seis dias da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o vice-presidente, José Alencar, e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante, voltaram a defender hoje a redução dos juros - a reunião que define a taxa será na próxima semana.

Alencar usou em sua argumentação a queda do IPCA, o índice oficial de inflação e principal referência para a política monetária do governo.


Questionado se agora seria iminente a queda, ele respondeu: "Claro! Quando assumimos o governo, era natural que houvesse o recrudescimento da inflação. Agora a inflação está domada. A expectativa de inflação para os próximos 12 meses é muito pequena. Então, é um despropósito esse juro".


Mercadante, que é economista, disse que "todas as condições macroeconômicas do país apontam para a possibilidade de queda nos juros. Esse é todo o trabalho que o governo vem fazendo".


Ele ressalvou, no entanto, que é o BC que decidirá "quando, quanto e como" os juros cairão, de forma "cuidadosa e sustentável". "Quando a gente reduz de forma açodada e apressada os juros, o que ocorre é que mais para a frente a taxa tem de voltar a subir."


Ao proferir suas declarações sobre economia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) hoje, o vice-presidente disse que o governo se esforça, mas que, aos olhos internacionais, tem que ter cautela.


Alencar citou os esforços do governo para atingir superávits primários, apesar de a economia não ter crescido e setores importantes estarem sem receber investimentos. "Estou dizendo isso apenas com o intuito de lembrar que nós falamos tanto de economês que nos esquecemos da economia."


Tendo ao lado o ministro da Educação, Cristovam Buarque, o vice-presidente citou economias da Ásia e dos investimentos em educação e pesquisa que países de lá fizeram para entrar na questão dos juros. "É propósito firme do presidente Lula não deixar faltar recursos para a educação. Voltando ao economês, nós gastamos 26,5% de taxa básica de juros. Vamos admitir que se nós conseguíssemos reduzir um ponto percentual, isso significaria uma coisa de R$ 750 milhões por mês, R$ 9 bilhões por ano."

E comparou tal situação com os R$ 10 milhões reivindicados pela UFMG para completar o orçamento deste ano: "Faço esse tipo de comparação e vejo que o que se precisa na UFMG é dinheiro trocado perto disso".


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