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Vendas do varejo paranaense caem 7,41% em fevereiro

11 abr 2017 às 11:02

Fevereiro foi um mês difícil para o varejo paranaense. De acordo com a Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), houve queda de 7,41% ante fevereiro de 2016. O número de dias úteis reduzido, um a menos do que em fevereiro do ano passado, contribuiu para o resultado negativo.

Na análise interanual (fevereiro de 2017 comparado com fevereiro de 2016), apenas os setores de móveis, decorações e utilidades domésticas e o de calçados registraram aumento no faturamento, com alta de 14,96% e de 6,51%, respectivamente. No acumulado do ano, estes foram os únicos setores com vendas positivas.


O comércio do Estado acumula perdas de 3,95% no primeiro bimestre de 2017. Os piores rendimentos foram observados nos ramos de livrarias e papelarias (-15,49%), combustíveis (-13,3%), autopeças (-11,04%) e pelas lojas de departamentos (-10,22%).


Apesar do baixo faturamento, os lojistas estão mantendo o quadro funcional. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o número de funcionários cresceu 1,23% e no acumulado do ano manteve-se estável, com 0,17%.


Os setores de móveis, decorações e utilidades domésticas e os supermercados contribuíram para a manutenção dos empregos no varejo. As lojas de móveis, decorações e artigos para o lar foram as que mais contrataram, para dar conta do grande movimento, e tiveram alta de 18,72% na comparação com fevereiro de 2016 e de 18,09% no acumulado do ano.


Os supermercados, por sua vez, ampliaram em 8,27% o número de funcionários ante fevereiro do ano passado e em 5,12% no bimestre, principalmente por conta da Páscoa, que terá a primeira alta nas vendas desde 2014, conforme projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).


Análise regional


O varejo amargou quedas em todas as regiões pesquisadas pela Fecomércio PR. O comércio da região Oeste teve as maiores perdas, com vendas 12,39% menores neste primeiro bimestre do ano. Na sequência ficou Maringá (-7,43%), Ponta Grossa (-6,44%), Sudoeste (-3,35%), Londrina (-2,04%) e Curitiba e Região Metropolitana (-1,15%).


O cenário negativo foi previsto pelos empresários das cidades de Cascavel, Toledo, Marechal Cândido Rondon e Foz do Iguaçu, que haviam se mostrado os menos otimistas do Estado na Pesquisa de Opinião do Comércio realizada pela Fecomércio no começo do ano.


Apesar da boa safra, com incremento de 11,8% em relação a 2016 de acordo com o levantamento sistemático de produção agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a redução no preço da soja tem feito muitos produtores evitar a comercialização do produto. Depois do ápice de R$ 81,00 na cotação da saca de 60 quilos em junho de 2016, os agricultores esperam a recuperação do preço da soja, mas este vem caindo gradativamente e em abril ficou abaixo de R$ 60,00 em decorrência da grande oferta e da supersafra americana.

Essa contenção no campo tem refletido no comércio, especialmente no ramo de concessionárias de veículos, que abrange a venda de maquinário agrícola, e teve queda de 28,47% no acumulado de janeiro e fevereiro. Outros setores impactados foram combustíveis (-18,43%), móveis, decorações e utilidades domésticas (-21,72%), vestuário e tecidos (-21,41%) e materiais de construção (-13,28%).


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