O varejo do Paraná fechou com queda da 3,12% no primeiro trimestre do ano. Os dados são da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).
No acumulado do ano (janeiro a março), o setor de móveis, decorações e utilidades domésticas foi o que teve maior crescimento, com alta de 32,9% no Estado. Em Curitiba, as lojas do ramo tiveram aumento de 49,89% no faturamento; em Londrina, de 14,95% e, em Maringá, 6,77%. Esse crescimento foi motivado pela grande oferta de novos imóveis e também porque na Capital foram realizadas promoções muito agressivas para alavancar as vendas.
Outro ramo com resultado positivo na média estadual foi o de calçados, que registrou elevação de 10,52% na média estadual, exceto nas regiões de Ponta Grossa, Oeste e em Curitiba e Região Metropolitana.
Os demais segmentos do varejo ficaram negativos no trimestre, principalmente as livrarias e papelarias (-14,12%), postos de combustíveis (-13,57%) e autopeças (-10,57%).
Apesar do acréscimo de 15,4% nas vendas em relação a fevereiro (mês que possui menos dias úteis), março apresentou redução de 2,47% ante o mesmo mês de 2016. Desta forma, a análise interanual (março de 2017 em relação a março de 2016), revela que os saques das contas inativas do FGTS, que tiveram início naquele mesmo mês, geraram reflexos pouco impactantes no comércio, até porque a maioria dos consumidores têm utilizado o dinheiro extra para saldar dívidas ou realizar investimentos.
De acordo com a Fecomércio PR, já era esperado que as vendas do mês de março não tivessem um salto expressivo, pois havia sido liberado apenas o primeiro lote do FGTS e seus reflexos indiretos no comércio com o pagamento de dívidas serão percebidos apenas a médio prazo. Além do mais, apesar de benéfica, a liberação dos saques das contas inativas não será suficiente para recuperar a economia.
Análise regional
No acumulado do ano, todas as regiões pesquisadas tiveram resultados negativos. A queda mais expressiva foi verificada no Litoral, com redução de 12,03% nas vendas. Na sequência ficou a região Oeste, com redução de 8,82% no faturamento do comércio em geral, puxado pelo fraco desempenho das concessionárias de veículos, postos de combustíveis e pelas lojas de vestuário e tecidos, calçados e de móveis, decorações e utilidades domésticas.
A região de Maringá mostrou baixa de 7,99%, motivada pela queda nas vendas dos setores de autopeças, livrarias e papelarias, combustíveis e lojas de departamentos.
Em Ponta Grossa, o trimestre também foi de perdas, na ordem de -5,1%. Contribuíram para o resultado os ramos de calçados, livrarias e papelarias, móveis, decorações e utilidades domésticas e combustíveis.
As demais regiões tiveram saldos menos desastrosos. Em Londrina as vendas caíram 1,47% nos três primeiros meses do ano; em Curitiba e Região Metropolitana, de -0,82%, e na região Sudeste, de -0,13%.
Compras
O otimismo do empresário paranaense ainda não passa de uma sensação. A formação de estoques no mês de março foi 0,59% menor do que no mesmo período de 2016. Os setores que apresentaram maior diferença positiva no estoque foram móveis, decorações e utilidades domésticas (24,28%), calçados (21,4%), vestuário e tecidos (6,77%), e concessionárias de veículos (7,98%).
Nível de emprego e folha de pagamento
O Paraná terminou 2016 com desemprego de 5,39%. Mas no primeiro trimestre de 2017 houve aumento de 0,81% no número de postos de trabalho, motivado principalmente pelas contratações na região da Capital, que tiveram alta de 4,49%. Ponta Grossa também apresentou alta nessa variável (0,42%).
Os rendimentos dos trabalhadores foram 40,8% menores do que o mesmo período de 2016.