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‘Valorização do real é inevitável’, afirma Mantega

08 abr 2011 às 08:58

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta quinta-feira, 7, que a briga para conter a queda do dólar frente ao real "não é fácil". Na quarta-feira, 6, o governo estendeu o IOF de 6% nos empréstimos externos com prazo de até 720 dias.

"É uma situação complicada pelo volume e apetite que existe sobre o Brasil. O que nós fazemos é moderar esse apetite e impedir que haja um excesso de dólares, pois a valorização do real é inevitável", reconheceu o ministro. Mantega lembrou que o fluxo de capitais no primeiro trimestre foi recorde e atingiu um saldo de US$ 36 bilhões.


"Não há limite para as medidas que nós vamos tomar e continuaremos tomando, impedido que haja esse exagero", disse o ministro. Ele afirmou que se o governo não tivesse agido e deixado a moeda "ao sabor do mercado, o dólar teria mergulhado aqui no Brasil". "Se não tivéssemos adotado nenhuma medida, o dólar já estaria a R$ 1,45. Não permitiremos que isso aconteça".


Mantega disse que o País está em uma espécie de duelo: "a gente fecha uma porta e eles entram por outra". Ele disse ainda que no momento em que os EUA elevarem a taxa de juros, o Brasil poderá sofrer uma fuga de capitais. Segundo ele, medidas como a de ontem tem como objetivo moderar esses movimentos.


Mantega disse que a medida de ontem foi tomada para conter o forte fluxo de capitais que o País vem recebendo e que atingiu recorde histórico no primeiro trimestre do ano. Isso tem ocorrido, segundo ele, porque o Brasil tem apresentado condições atrativas para o mercado e esse movimento foi acentuado pelo upgrade da Fitch esta semana. "Nós temos que segurar para impedir que haja um fluxo excessivo de moeda para o Brasil", afirmou. "A medida de ontem foi também para diminuir a tomada de crédito no exterior porque senão eles pegam o dinheiro muito barato lá fora e emprestam aqui a uma taxa muito mais baixa", explicou.


PIB

Mantega ainda afirmou que o governo não pretende revisar sua expectativa de crescimento do PIB para este ano, que continua sendo de 4,5% a 5%. Ele fez essa afirmação ao ser questionado se a elevação do IOF não prejudicaria o crescimento da economia. Para o ministro, a economia já está desacelerando em relação ao ano passado, quando cresceu 7,5%.


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