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Telefónica vende participação de 8% na Portugal Telecom

23 jun 2010 às 15:23

A espanhola Telefónica anunciou a venda de uma participação de 8% na Portugal Telecom, no mais recente indício do acirramento da disputa entre as duas empresas de telecomunicações ibéricas.

Um porta-voz da companhia confirmou informações divulgadas pela imprensa portuguesa sobre a transação, mas não revelou outros detalhes. A informação também foi confirmada em um comunicado enviado pela Telefónica à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal.


Pelo atual valor de mercado, a transação equivale a € 800 milhões. A Telefónica, que era a maior acionista individual da PT, detendo 8,5% das ações diretamente e 1,5% indiretamente, ainda detém 2,02% da empresa portuguesa.


A venda das ações da PT acontece enquanto a Telefónica tenta assumir o controle da operadora brasileira de telefonia móvel Vivo Participações, que atualmente é controlada em conjunto pelas duas empresas, por meio de uma joint venture chamada Brasilcel. Os acionistas da PT vão se encontrar na semana que vem para votar sobre a oferta da Telefónica de € 6,5 bilhões pela participação da PT na Vivo, após uma oferta anterior de € 5,7 bilhões ter sido rejeitada pela diretoria da PT. Executivos do primeiro escalão da PT argumentam que a oferta da Telefónica não reflete o verdadeiro valor da Vivo.


O jornal português Jornal de Negócios noticiou mais cedo que a venda permitiria acabar com o impedimento da Telefónica de votar na proposta que fez pela participação da PT na Vivo. Mas o chairman da PT, Henrique Granadeiro, disse em uma entrevista televisiva na noite de ontem que a Telefónica estaria em um conflito de interesses se fosse permitido que ela votasse na sua própria oferta na reunião do próxima dia 30.


Na proposta apresentada, a Telefónica teria se comprometido a vender sua participação na PT à própria empresa ou a acionistas por ela indicados. Para isso, a empresa teria de contar com cláusulas de recompra de participação.

A PT também rejeitou uma proposta da Telefónica para discutir a distribuição de um dividendo extraordinário se os acionistas da empresa portuguesa concordarem em vender a participação na Vivo.


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