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Acesso dificultado

Somente 11% das micros e pequenas empresas conseguem crédito

Victor Lopes - Grupo Folha
06 mar 2017 às 10:53

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Acesso ao crédito em tempos de economia cambaleante é o desafio de empresas de todo o País, principalmente quando se trata do segmento das micros e pequenas. Apesar de projeções otimistas para 2017 – mais para o segundo semestre, é verdade – na prática o que se vê é um acesso difícil por dinheiro nas instituições financeiras. Os tempos atuais continuam nebulosos.

Dados de uma pesquisa do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), encomendada ao Datafolha, apontam que apenas 11% dos entrevistados conseguiram acesso a linhas de crédito empresarial (pessoas jurídicas) em janeiro deste ano, percentual menor que no mesmo período de 2016, quando a taxa fechou em 14%.

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Para 60% das empresas, o próprio capital de giro disponível é muito pouco, o que traz dificuldades para manter o funcionamento do negócio. "A empresa não consegue se manter com o próprio capital e falta crédito no mercado, enquanto os juros do cheque especial e empréstimo pessoal são impagáveis. Gerir com falta de dinheiro em caixa pode causar calotes de despesas, atraso no pagamento de benefícios trabalhistas, demissões e até fechamento do negócio", ressalta o presidente do Simpi, Joseph Couri.

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O cenário paulista é, sem dúvida alguma, similar ao Paraná e de outros estados, segundo especialistas no assunto que conversaram com a FOLHA. O economista gerente da área de fomento da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Marcelo Tercicotti, relata que esses entraves para os micros e pequenos negócios estão principalmente ligados a restrições cadastrais das empresas, dificuldade na composição de garantias para liberação do dinheiro e taxas de juros com patamar elevado. "Não vejo nenhuma mudança neste primeiro trimestre de 2017 comparado ao ano passado. Essa restrição se reflete em todo o Estado e no País. As instituições estão mais rigorosas para liberar crédito devido à acentuação da crise econômica".

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A falta de recursos impacta muito nas empresas deste porte. O crédito é necessário para capital de giro, aumento da capacidade produtiva, investimentos, acesso a novos mercados e outras estratégias importantes. "Essas restrições dificultam, inclusive, transações comerciais", complementa Tercicotti.


Tendência
Para o consultor do Sebrae Sérgio Garcia Ozório, a falta de crédito atual é um "fator complicador" para o desenvolvimento das empresas, já que este é um "pilar importante" dos negócios. "Se os empresários não encontram no mercado essa possibilidade, fica complicado algumas ações", avalia.

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Apesar de todo o pessimismo momentâneo, ambos especialistas esperam uma retomada de crédito a partir do segundo semestre. "Depois da restrição, conversando com bancos e algumas entidades, a projeção é de retomada. As ações ainda são tímidas, as instituições estão receosas, mas a tendência é de melhora. Tudo isso vai acontecer de forma vagarosa - não é da noite para o dia -, mas o pior já passou", relata Ozório.


Já Tercicotti se baliza na menor taxa básica de juros e uma melhora no cenário do emprego com números que devem ajudar na retomada do crédito. "Isso é que o está sendo projetado pelo mercado financeiro".

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Enquanto isso, eles apontam como as empresas devem se comportar: redução de custos, boa gestão financeira e acesso à informação. "As empresas precisam pensar no futuro e já ir criando uma relação de confiança com as instituições financeiras a partir de agora", complementa o consultor do Sebrae.


Sociedades Garantidoras são alternativa aos bancos

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No anseio de captar recursos mesmo em período que as instituições financeiras estão rigorosas e buscando muitas garantias das das empresas, uma estratégia do empresariado tem sido entrar em contato com as Sociedades Garantidoras de Créditos (SGC), entidades que facilitam a obtenção de recursos com os agentes financeiros com juros e prazos acessíveis, além de oferecer assessoria financeira.


No Paraná, de acordo com o consultor do Sebrae Sérgio Garcia Ozório, são 6 SGCs, sendo o estado com maior número entre as 13 que existem no País. "Com a garantidora, o banco minimiza os riscos, e as taxas de juros diminuem consideravelmente para o tomador. As cooperativas de crédito é que tendem a trabalhar com essas instituições".


A Garantinorte é uma SGC ligada à Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e tem atuação há dois anos na cidade. O vice-presidente da entidade, Rafael de Giovanni Netto, explica que entre 2015 e 2016 os negócios dobraram com a garantidora de crédito e agora a expectativa é de um crescimento de pelo menos 30% na movimentação. "Ainda não temos números fechados referentes à procura dos tomadores que vêm até nós para créditos de pequenos valores, mas está dentro do padrão normal. Este ano, inclusive, fizemos mais transações que o começo do ano passado", relata Netto.

Um dos principais pedidos dos pequenos empreendedores na SGC atualmente é estender dívidas de curto prazo para pelo menos 48 meses. "Eles querem fazer isso para se recuperar, ganhar fôlego, porque se não o banco os ajuda a quebrar de vez. Todos estão sofrendo muito para conseguir garantia para tomar o crédito devido às restrições criadas pelas instituições financeiras"


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